Começou com uma hora de atraso o julgamento do cabo da PM Sérgio Costa Júnior, um dos 11 policiais militares acusados de envolvimento no assassinato da juíza Patrícia Accioly. Ela foi morta com tiros à queima roupa em 2011 na porta de casa, em Niterói, na região metropolitana do Rio. Dos sete jurados que integram o conselho de sentença, cinco são homens e duas são mulheres. Uma terceira mulher que integraria o júri foi descartada pela defesa.
A primeira testemunha de acusação a ser interrogada foi o delegado Felipe Ettore, que chefiava a divisão de homicídios da Polícia Civil do Rio na época do crime e conduziu as investigações. O delegado afirmou que a postura “linha dura” adotada pela juíza contra maus policiais do Batalhão de São Gonçalo incomodava o então comandante da unidade, Claudio Luiz Silva de Oliveira.
O delegado confirmou a versão de que o estopim da morte da juíza foi a decretação da prisão de policiais do batalhão envolvidos na execução de Diego Belini, crime ocorrido no dia 3 de junho de 2011, no morro do Salgueiro, em São Gonçalo, na Baixada Fluminense. Os PMs registraram o caso como auto de resistência (morte de suspeito em confronto com a polícia), mas após as investigações a juíza concluiu que o rapaz havia sido executado.
Ettore disse ainda que o bando havia tentado matar Patrícia Accioly duas vezes antes de cometer o crime em agosto de 2011. Segundo ele, o plano inicial da quadrilha era contratar uma milícia para executar a juíza. O plano foi abortado quando, no dia 11 de agosto, antes de deixar o fórum de São Gonçalo, Patrícia decretou a prisão dos policiais envolvidos na morte de Belini. O grupo decidiu, então, executar a juíza naquela mesma noite, ao chegar em casa, no município de Niterói.
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