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Adriano Carrasco aponta contador e juíza como líderes de grupo criminoso

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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TOCANTINS
A. Carrasco aponta líderes de quadrilha
Operação Inconfidente

TOCANTINS

{loadposition adsensenoticia}Responsável por comandar as investigações da operação Inconfidente, o delegado Adriano Carrasco disse, ontem, que o contador do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) Mário Ferreira Neto, 41 anos, e a juíza de Miranorte aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) seriam os líderes do grupo que retirava dinheiro de contas de pessoas mortas de modo fraudulento.

Mais uma vez, o delegado não mencionou o nome da magistrada, mas a única mulher já punida com aposentadoria compulsória na história do Estado é Maria Adelaide de Oliveira, 52 anos. Conforme a polícia, o esquema criminoso foi descoberto com a investigação da morte do oficial de justiça de Miracema Vanthieu Ribeiro da Silva, 42 anos, assassinado com um tiro na cabeça, após desaparecer no dia 20 de março.

Ele teria sido morto por ameaçar denunciar o grupo.
 Segundo o delegado, os dois organizavam o esquema de cooptar as pessoas do grupo para que as fraudes pudessem se concretizar. A juíza também teria expedido decisões favoráveis à quadrilha para que o dinheiro pudesse ser sacado.

(Delegado Adriano Carrasco – esquerda) Segundo a polícia, além de advogados, uma magistrada e uma promotora, o grupo tinha alguém de dentro do Banco do Brasil responsável por identificar as contas inativas de pessoas mortas. Até agora, segundo a Polícia Civil, o grupo já teria subtraído R$ 780 mil, oriundos de duas contas de pessoas falecidas do Rio de Janeiro.

Participação-
Carrasco, que é delegado do Grupo de Repressão a Crimes contra a Administração Pública, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Gracol), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais Complexas (Deic), ainda destacou que no inquérito existem provas quanto à participação direta do advogado Stalin Beze Bucar Júnior, 29 anos.

“Ele atuou do início ao fim, da petição inicial até o levantamento do alvará. Inclusive foi ele quem levantou o dinheiro. Depositou na conta dele. Isto a gente tem provas”, explicou.

 

(Esquerda) Ex-presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Stalin é filho do deputado estadual Stalin Bucar (PR).
Já o servidor público da Assembleia Legislativa Pedro Paulo Ferreira, 40 anos, teria participado do esquema como beneficiário de um dos processos fraudulentos. O delegado explicou ainda que o inquérito sobre a investigação do esquema de fraude já está em fase de conclusão e agora falta concluir os dados sobre a morte de Vanthieu da Silva. “Da fraude, eu já tenho provas para mandar o inquérito para o Ministério Público oferecer denúncia. A nossa preocupação é o homicídio”, disse Carrasco, argumentando que só poderá enviar o inquérito com a finalização de toda a investigação, pois os crimes estão ligados.

Morte
 – De acordo com o delegado, o que falta para solucionar o assassinato é ouvir o camioneiro Délio Ferreira Filho, 33 anos, “para que ele explique porque em um primeiro momento disse que não estava em Miracema no dia do crime, mas as imagens do posto de gasolina mostram ele no local na data”. Carrasco afirmou que o camioneiro é o principal suspeito do crime, mas que existe a possibilidade de que mais de uma pessoa tenha praticado o homicídio.

Délio não foi encontrado para dar esclarecimentos. Apesar de não estar foragido, pois não há mandado de prisão expedido contra ele, no momento a polícia considera que o camioneiro está desaparecido. Segundo o delegado, ele teria entrado na quadrilha recentemente para assumir a responsabilidade pela fraude. Délio, Mário e Paulo Ferreira são irmãos.

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(Secretário da Segurança – esquerda)

 

Carrasco pontuou também que após juntar mais provas, deve entrar com novos pedidos de prisão junto ao Judiciário. Quando a operação foi desencadeada, o delegado chegou a pedir a prisão de 11 pessoas, mas a Justiça só autorizou os mandados de busca e apreensão.

Ameaças- Conforme o delegado Adriano Carrasco, o contador Mário Neto teria intimidado a família do oficial de justiça morto.

 

 

 

Veja mais:

 

Polícia Civil cumpre sete mandados de busca e apreensão em três municípios

Stalin Beze Bucar, ex-presidente do Naturatins

Segundo a assessoria de Comunicação da Secretaria de Segurança, Justiça e Cidadania, na manhã dessa quarta-feira, 1º, agentes da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão, da Operação Inconfidente, em Palmas, Miranorte e Aparecida do Rio Negro. Segundo as informações, um dos mandados é para a apreensão de documentos, na residência de Stalin Beze Bucar, ex-presidente do Naturatins e filho do deputado estadual, Stalin Bucar (PR). As apreensões teriam o objetivo de reprimir o crime organizado e subsidiar as investigações do homicídio do oficial de Justiça, Vanthieu Ribeiro da Silva. As residências de Pedro Paulo Ferreira, Mário Ferreira Neto, Raimundo Nonato Carneiro, Viviane Raquel da Silva e de Délio, também foram vasculhadas.

O objetivo da Operação é reprimir o crime organizado, inclusive quanto aos delitos praticados contra a administração pública, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio, além de subsidiar investigações, em curso, referente ao homicídio do Oficial de Justiça Vanthieu Ribeiro da Silva, da Comarca de Miracema, desaparecido no dia 20 de março de 2011.

O trabalho policial consiste em realizar buscas nos alvos, para localizar e apreender armas de fogo ou quaisquer outros bens ilícitos ou de origem ilícita, mídias, computadores, documentos etc. Os policiais deverão ainda, proceder a oitiva dos indiciados, testemunhas e informantes.

A operação cumpriu ordem do delegado-geral de Polícia Civil, João Luis Pompeu de Pina, sendo coordenada pelo titular da delegacia estadual de Investigações Criminais Complexas – Deic, Evaldo de Oliveira Gomes. Foi empregado um contingente de 46 policiais civis, da DEIC e do GOTE, formando 07 equipes de buscas.

A designação “Inconfidente” foi escolhida, por ter sido a inconfidência de Vanthieu, para com o grupo criminoso, que atuava no Fórum da Comarca de Miracema do Tocantins, a motivação do assassínio. O serventuário da justiça foi morto como “queima de arquivo”. Por trás do esquema, havia colegas de profissão, uma Juíza de Direito, Promotora de Justiça e advogados.

O corpo do Oficial foi localizado às margens da Rodovia TO–010, no dia 25, e apresentava uma perfuração provocada por disparo de arma de fogo, na cabeça e estava amarrado com cordas.

Com informações da ascom da Secretaria da Segurança, Justiça e Cidadania e JTocantins

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