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Pensão semanal de R$ 400 levou pai a jogar bebê em rio, diz polícia

por Editoria Delegados

AM: Segundo delegado, pai confessou que em discussão com mãe cometeu ato

O delegado da Polícia Civil Ivo Martins disse nesta quarta-feira (9) ao G1 que o pagamento de pensão alimentícia de R$ 400 por semana teria motivado o canoeiro Josias de Oliveira Alves, 29 anos, a jogar o filho, de 4 meses, no Rio Negro, em Manaus. O bebê Pablo Pietro está sumido desde o dia 14 de agosto.

Ele e a mãe da criança Cleudes Maria Batista, 23 anos, estão presos na sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Cleudes deve ter a prisão preventiva revogada. Já Alves vai ser indiciado por homicídio qualificado e tentativa de homicídio, segundo o delegado. A confissão ocorreu na tarde de terça-feira (8), na sede da DEHS, durante interrogatório.

De acordo com Ivo Martins, Josias Alves contou que Cleudes Batista sempre pedia mais dinheiro, o que o contrariava. No dia do crime, eles teriam se encontrado e iniciado uma discussão por causa do pagamento pensão alimentícia. O bebê estava em uma canoa com eles.

 

“Eles brigaram porque ela estava esperando-o no porto, estava brava, queria dinheiro. Eles saíram aos tapas no porto e quando chegaram a canoa brigaram novamente. Eles tiveram uma discussão, ele primeiro tentou golpeá-la, ela caiu no chão do barco, ele tirou a criança [dos braços dela] e a jogou [no rio], depois ele continuou brigando com a Cleudes”, relatou o delegado.

Após jogar a criança, nenhum dos dois pais pulou no rio para salvá-la. Alves ainda tentou enforcar Cleudes amarrando uma corda no pescoço dela, diz o delegado. “A investigação estuda se Cleudes foi omissa por não ter pulado para pegar a criança, mas dado o fato que ela estava com uma corda no pescoço, ela pode encontrar respaldo legal”, disse Ivo Martins.

 

Para o titular da DHES, o caso está esclarecido. “As contradições que existiam foram esclarecidas com a confissão do Josias, o que dá credibilidade à versão contada pela Cleudes. Em nenhum ponto dos depoimentos há divergências como se o bebê tenha caído ou sido vendido. A Cleudes passa de suspeita a vítima de tentativa de homicídio”, disse o delegado.

 

O canoeiro deve ser encaminhado à Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa. O inquérito deve ser remetido à Justiça em dez dias.

 

Arrependimento

 

Segundo o delegado Ivo Martins, Josias de Oliveira Alves confessou ter jogado o filho no Rio Negro na presença dos três advogados. Até então, ele acusava a mãe da criança de ter cometido o crime.

 

Entenda o caso

 

Segundo investigação da Polícia Civil, a mãe do bebê, que mora em Manacapuru, a 68 km de Manaus, teria viajado para a capital para conversar com o pai da criança sobre o valor da pensão alimentícia do filho.

 

Os dois teriam se encontrado no início da noite do dia 14 de agosto e, após uma discussão entre eles, o pai teria jogado o bebê no Rio Negro. Apesar das buscas realizadas pelo Corpo de Bombeiros desde o dia em que a criança foi arremessada ao rio, os militares não conseguiram localizar nenhum vestígio do bebê.

 

Durante acareação entre o pai e a mãe do bebê, no dia 27 de agosto, o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros informou que Josias Alves sequer sabia o nome do próprio filho.

 

G1

 

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