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Vídeo mostra briga na porta de delegacia que terminou com policial morto no litoral de SP

por Editoria Delegados

SP: Policial civil Eduardo Brazolin morreu após uma confusão com policiais militares durante uma ocorrência

 

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A confusão entre o policial civil Eduardo Antonio Brazolin e policiais militares na porta de uma delegacia em Guarujá, litoral de São Paulo, em fevereiro do ano passado, ganhou novas imagens. A discussão terminou com a morte de Brazolin, que segue sendo investigada pelas duas corporações.

Uma filmagem de câmera de segurança mostra como se deu a confusão entre as partes, no dia 28 de fevereiro, em frente à Delegacia Sede de Guarujá.

Nas imagens, é possível ver o policial civil, vestido com uma camiseta regata preta e bermuda, acompanhado de um dos filhos, conversando com quatro PMs no local dos fatos. Em um dado momento, eles se desentendem, e dois militares imobilizam Eduardo Brazolin e o filho.

Já caído no chão, o policial civil tira uma pistola do bolso e atira contra os militares, que se esquivam para não serem baleados. Um dos PMs, à esquerda do vídeo e que porta uma arma de duas mãos, revida o disparo. Na sequência, ele se protege atrás de um carro estacionado em frente à delegacia.

Outro PM vai até o corpo de Eduardo Brazolin e recolhe a arma usada pelo policial civil. Na ação, o filho permanece imobilizado por outro agente. Ao final da gravação, é possível ver pelo menos oito policiais militares na imagem.

Briga entre PMs e policial civil

Conforme registrado em boletim de ocorrência na época, a confusão teria ocorrido após um homem, amigo de um dos filhos de Brazolin, ser detido pela PM. Na versão dos militares, ele teria desobedecido e resistido a uma abordagem.

Foi quando o policial civil, acompanhado do filho, foram até a delegacia para questionar a ação enquanto a ocorrência seria apresentada. Na troca de tiros, dois PMs ficaram feridos, sendo um atingido no ombro e outro próximo ao olho, pela zona de chamuscamento (queimadura).


Legítima defesa

A advogada Larissa Torquetto, que representa quatro policiais militares envolvidos na ocorrência, sustenta que os agentes atuaram em legítima defesa.

“(Eles) Não foram punidos (os policiais), continuam trabalhando. Mas, com a mácula de assassinos. E a população olhando e reconhecendo eles como executores. Tiveram suas vidas ameaçadas e foi colocado um preço pela morte deles”, disse Larissa, ao comentar sobre a situação dos PMs.


Denúncias prévias

Já o advogado Renato Cardoso, cunhado de Eduardo Brazolin e que representa a família do policial civil morto, levanta um outro motivo que teria provocado a briga entre os agentes de segurança.

Segundo ele, dois PMs que estavam na ocorrência de 28 de fevereiro vinham sendo denunciados por Brazolin por conta da morte do mecânico Luan Fagundes da Silva, amigo dos filhos do policial civil.

Os fatos ocorreram em 2 de novembro de 2020, também em Guarujá, quando Luan tinha 24 anos e estava em uma moto. Na época, a PM alegou ter ocorrido um confronto entre as partes e que o jovem teria atirado contra os agentes após fugir de uma abordagem em alta velocidade.

Eduardo Brazolin teria denunciado uma suposta alteração na cena do crime, levando o caso à Corregedoria da Polícia Militar. A partir daí, o agente civil estaria sofrendo ameaças dos militares que veio a encontrar meses depois.

“Se ele (Brazolin) disparou contra os policiais militares e houve revide como legítima defesa, nem vou entrar nesse mérito. Mas só aconteceu aquilo porque tinham dois policiais (militares) que estavam envolvidos em outro caso, que ele (Brazolin) vinha denunciando, e vinham perseguindo (ele). Quando ele se deparou com esses mesmos policiais, começou isso”, afirma Cardoso.

 

E as investigações?

Em nota, a Polícia Militar disse que as investigações do caso estão em andamento e são conduzidas pela Corregedoria da corporação e a Polícia Civil.

A PM diz que foram juntadas todas as imagens das Câmeras Operacionais Portáteis (COP), acopladas no uniforme dos militares, assim como imagens de câmeras da delegacia.

Com base no Inquérito Policial Militar (IPM), a corporação afirma estar provado que o policial civil começou a discussão com os militares, sacou a arma e atirou na direção deles, comprovando a “ação em legítima defesa por parte da equipe policial militar”.

O IPM foi encaminhado à 2ª Vara Criminal de Guarujá, mas ainda restam documentos, laudos e diligências para a conclusão das investigações, conforme informado pela corporação.

“Todas as imagens que a investigação obteve integram o capeado do IPM, logo, todas as autoridades com função legal na análise do IPM possuem acesso a elas. Por se tratar de uma delicada e complexa investigação há, evidentemente, a necessidade de aguardar o retorno dos autos do Poder Judiciário para complementação”, declarou a PM.

 

A Tribuna

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