Uma homenagem poética a tão dignificante carreira de delegado de polícia
Interessante poesia produzida por Thyago Bustorff, servidor público, poeta e concursando para delegado de polícia civil, atualmente aprovado no concurso de Delegado de Polícia Civil do Tocantins.
Vale a pena destacar:
Excelentíssimo Senhor Magistrado,
Quem vos subscreve é o douto Delegado.
Relatarei neste, uma história de amor e trágico assassinato.
Maria, infortunado ser,
Pagou com a vida o que o coração quis ter.
João, habilidoso com armas letais,
Marchante, com caprichos loucos e gostos bestiais.
Indigitado autor privou uma vida de prazeres e amor,
Fez-lhe subserviente de corpo e alma e negou-lhe o calor.
José, vítima também, apenas quis ser feliz com um alguém,
Encontrou, em Maria e João, amor, pecado e o além.
Era manhã do dia 13, sexta-feira amaldiçoada do mês inaugural.
Testemunhas relataram gemidos pela madrugada até a hora da refeição matinal.
Primeiro, gritos de gozo e deleitação,
Por fim, ouvia-se som de socorro e sufocação.
Era João retornando à sua casa,
Inebriabo de vingança e cachaça.
Acompanhou-lhe o inseparável punhal.
Pelas costas, acertou Maria com um golpe fatal.
João, ser animalesco e indecente, pôs-se a chorar.
Questionava José o porquê de uma mulher em seu lugar.
José, ávido garanhão de armário,
Fez dos corações de João e Maria o seu calvário.
Veio à tona então o amor ocultado.
José e João em corpos entrelaçados,
Envoltos no delírio sobre o sangue derramado,
O último sussurro de amor de um pobre coitado.
João, decidido e destemido,
Ceifou ali o seu amor escondido.
Evadiu-se então para longínquo lugar,
Em Fortaleza do Tabocão foi-se morar.
Da roça e da pesca tentou sobreviver,
Mas o ergástulo temporário ele não pôde antever
Diligências efetivadas e a captura tão esperada
Acabava-se ali a fuga planejada.
Esperançoso, de fato, pela delação ocorrida,
No anonimato, é claro, diligências preliminares foram obtidas.
Materialidade autenticada pelo exame cadavérico e de DNA
Nas purgas manchas das vestes do enclausurado cautelar
E a autoria, quão difícil foi desvendar,
Necessário se foi a população escutar.
Dava-se conta de um bêbado, trôpego e falastrão,
Manchado de sangue que propalava as doenças de seu coração.
Com o encarceramento temporário, imprescindível para a investigação,
Encorajadas restaram as testemunhas da ocasião.
Minudenciaram aqui a cena do malfadado encontrado
Dois corpos ao chão estirados, muito sumo e um punhal no peito embicado.
Concluídas com esmero as diligências envidadas,
Relatou aqui a polícia judiciária
Sem do indiciamento olvidar,
Pois, dos autos, se faz constar.
Por Thyago Bustorff Feodrippe de Oliveira Martins,
Colaboração de Leandro Risi Santos.
Em 02 de novembro de 2015.
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