PARÁ
PMs protestam contra delegada que almoçava durante flagrante
PARÁ
{loadposition adsensenoticia}O presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Pará (Adepol), Sílvio Maués, lamentou o episódio envolvendo policiais militares e a delegada Mônica Medeiros, em um plantão da Seccional do Guamá, na noite de terça-feira passada, quando soldados da PM se reuniram em frente à unidade de Polícia Civil para reclamar da ausência da policial para registrar um flagrante. Segundo o representante da categoria, Mônica agiu corretamente e a revolta dos PMs demonstrada no “protesto” teve a intenção apenas de chamar atenção da imprensa.
Sílvio Maués conta que a delegada de plantão na ocasião, Mônica Medeiros, saiu para fazer uma refeição às 19h e não às 18h, como foi relatado em reportagem publicada na última quarta-feira. O presidente da Adepol afirma que não há nenhum motivo para o comportamento dos policiais militares, uma vez que a delegada estava exercendo um direito seu, o de ter um intervalo para se alimentar.
O delegado disse ainda que os policiais poderiam ter se deslocado para outra seccional, caso não quisessem aguardar o retorno de Mônica Medeiros. “A Polícia Civil é do Estado. Todo cliente da corporação pode usar as outras unidades da Polícia para fazer o registro da ocorrência. Não precisaria essa cena toda. Bastava seguir para seccionais próximas, como a da Cremação ou do Comércio”, explicou ele, acrescentando que agora todas as seccionais funcionam em regime de plantão 24 horas.
Ele também apoia a delegada Mônica no pedido de exame de corpo de delito dos dois acusados que estavam sendo apresentados. Segundo Sílvio, havia marcas de violência que poderiam complicar a situação da policial, caso ele não exigisse o encaminhamento dos homens ao Centro de Períciais Científicas Renato Chaves. “Além do mais, é uma prática comum e exigida por lei que os presos sejam examinados. Não há nada de estranho na atitude da delegada”, assinala. Ele diz ainda que o atrito não é positivo para as duas instituições policiais.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Polícia Militar para comentar as declarações de Sílvio Maués e o protesto na Seccional do Guamá. A assessoria da corporação disse que o episódio não foi encarado como um protesto de policiais, sendo preciso apurar o ocorrido e ouvir PMs e até servidores da Polícia Civil. A assessoria informa ainda que o caso foi relatado ao Comando Geral da PM e está sendo avaliado pelas corregedorias militar e civil a fim de esclarecer se houve abusos ou algum tipo de desvio de conduta funcional. Caso haja, será aberto um inquérito administrativo para apurar o episódio e punir possíveis responsáveis.
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