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Irritada com a soltura de presos, delegada pede remoção

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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RIO GRANDE DO SUL
Delegada fica irritada com presos soltos pela justiça

RIO GRANDE DO SUL

{loadposition adsensenoticia}Conhecida por promover a integração entre os órgãos de segurança de Farroupilha, a delegada da Polícia Civil Roberta Bertoldo da Silva, 34 anos, surpreendeu. Insatisfeita com a atuação do Poder Judiciário na cidade, que estaria liberando rapidamente suspeitos de crimes, Roberta colocou o cargo de titular da DP à disposição.

Mais: ela conclamou os farroupilhenses a encaminhar denúncias de crimes para o Fórum em vez da polícia. O desabafo aconteceu no programa Panorama da Rádio Spaço FM, na terça-feira. Nesta quarta-feira, Roberta voltou atrás e afirmou ao Pioneiro que não pretende deixar tão cedo a cidade.

A servidora protocolou um pedido de transferência ao delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva no início desta semana. Silva indeferiu a solicitação porque seria necessário ter outro delegado disponível para assumir a função de Roberta.

Trabalhando desde março do ano passado em Farroupilha, ela diz estar sendo pressionada pela população para amenizar os índices de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, a cidade registra uma média de 50 ocorrências de crimes contra o patrimônio por mês.

Entretanto, a delegada ressalta que a maioria dos presos em flagrantes ou em investigações volta às ruas em poucas semanas, o que estimula a reincidência. O estopim da revolta foi a soltura de uma mulher presa com um irmão por tráfico de drogas, na sexta-feira, dia 10, no bairro Industrial.

A Justiça liberou a suspeita no dia seguinte porque o irmão assumiu sozinho a posse de cinco buchas de cocaína e 31 pedras de crack, além de dinheiro. Detalhe: a droga estava na bolsa da mulher. A legislação permite que presos provisórios (sem condenação) respondam a inquéritos ou a processos fora das grades.

Para Roberta, porém, a decisão desconsiderou a investigação que vinha sendo conduzida desde o ano passado por policiais civis e militares.

— Somos muito cobrados em Farroupilha. Só que existe uma vontade muito grande para liberar suspeitos de crimes. Mas quem responde pela criminalidade é a polícia. Para mim esse assunto agora está encerrado e continuarei trabalhando como sempre — finalizou a delegada.

Por meio de sua assessoria, o diretor do Fórum de Farroupilha, juiz Luiz Augusto Domingues de Souza Leal, preferiu não se manifestar. Ele justificou ao Pioneiro não ter ouvido a declaração de Roberta e, por esse motivo, não teria como opinar.    
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