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Furto fake de arsenal: mentor levou polícia a empresário do DF

DF: Investigado apontado como mentor do crime negou ter furtado arsenal. Antes de invasão à loja, empresário tinha vendido armas ilegalmente

por Editoria Delegados

Investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), identificaram quatro pessoas responsáveis pela invasão a uma loja de armas em Ceilândia e pelo furto de um arsenal no estabelecimento, em junho último.

A partir dos depoimentos dos integrantes da quadrilha, os investigadores descobriram que, na verdade, o dono da loja furtada, o empresário Tiago Henrique Nunes de Lima (foto em destaque), tentou manipular o andamento das apurações da polícia, ao registrar uma quantidade incorreta de armas supostamente subtraídas.

Há cerca de um mês, policiais prenderam os seguintes investigados: uma mulher de 33 anos; um homem de 68; um homem de 35; e outro, de 39 – considerado o mentor do furto e identificado como Tiago Braga Martins.

O grupo tinha invadido a loja para tentar furtar armas de fogo. No entanto, Tiago alegou à polícia que não encontrou o arsenal, cujo sumiço havia sido reportado pelo empresário Tiago Henrique. Posteriormente, a PCDF descobriu que o dono do estabelecimento comercial havia vendido os itens ilegalmente.

A primeira prisão no âmbito da operação foi a da mulher. As apurações demonstraram que ela teria usado documentos falsos para alugar o imóvel adjacente à loja de armas. Os criminosos acessaram esse local para abrir um buraco na parede e invadir o estabelecimento vizinho. Posteriormente, a polícia deteve os demais suspeitos.

A quadrilha está presa há cerca de um mês. “A operação transcorreu de maneira completamente sigilosa, porque eram muitos envolvidos, muitos autores. Se um soubesse da prisão do outro, a investigação estaria comprometida”, comentou o delegado Tiago Carvalho, diretor da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos.

O investigador detalhou que o mentor da ação é especializado em cometer delitos contra o patrimônio. “Quando chegamos até ele, tudo fez muito sentido para nós, porque poucas pessoas no país conseguiriam elaborar um plano desses. Ele tem antecedentes por vários outros crimes, como homicídio, posse ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e roubo, além de ser uma pessoa especializada no arrombamento de cofres”, completou o delegado.

Vendas ilegais antes da ocorrência

Quando a PCDF identificou Tiago, ele tinha acabado de ser preso em Palmas (TO), acusado de arrombar uma joalheria da região. “Quando chegamos a ele, o investigado confessou que era o autor do plano, que arrombou [o estabelecimento] e que entrou na loja do DF. Também afirmou que, para a própria surpresa, ao acessar o comércio, não encontrou qualquer arma”, completou o delegado.

A partir dessa informação, a Polícia Civil passou a investigar uma possível comunicação de falso crime por parte do dono da loja de armas e verificou que o empresário havia vendido ilegalmente armas e munições antes de registrar ocorrência pela invasão ao comércio. À época, Tiago Henrique relatou à polícia que 76 armas de fogo haviam desaparecido da loja.

“Temos filmagens, por exemplo, que mostram o grupo [invasor] saindo da loja com um objeto ainda não identificado. Então, acredita que, sim, eles levaram alguns itens, mas não tudo o que foi comunicado pelo empresário. Conseguimos provar de maneira bastante técnica, com análise das câmeras de segurança, que seria inviável o transporte [do arsenal] em um período muito curto: 76 armas de fogo e 2,5 mil munições”, afirmou o delegado.

O proprietário da loja foi preso por fraude processual, bem como por envolvimento no comércio irregular de armas de fogo, e teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (19/8).

A operação dessa manhã levou, ainda, ao cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão. Além disso, a PCDF recolheu 69 armas de fogo, munições e acessórios que eram do empresário, para evitar que também fossem vendidos ilegalmente.

Até o momento, a polícia não identificou vínculos entre os criminosos que invadiram a loja e o empresário. Os integrantes da quadrilha ainda devem responder pelos crimes de falsificação de documentos, uso de documentos falsos, furto qualificado, comércio ilegal de armas de fogo e associação criminosa, cujas penas variam de 1 a 12 anos de reclusão.

Metrópoles

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