CEARÁ
Delegado é expulso da PF por ‘vazar’ informações
E por improbidade administrativa
CEARÁ
A Justiça Federal no Ceará condenou à perda do cargo o delegado da Polícia Federal, Paulo Cauby Batista Lima, acusado de “vazar” informações sigilosas sobre investigações de crimes como “lavagem” de dinheiro e remessa ilegal de dinheiro para o Exterior, além de tráfico de drogas e porte ilegal de armas.
A decisão foi tomada pelo juiz federal José Eduardo de Melo Vilar Filho, titular da Sexta Vara da Justiça Federal no Ceará. O ex-delegado vai responder também por improbidade administrativa.
Cauby está proibido de fazer qualquer tipo de contrato com o Poder Público, durante o prazo de três anos, ou de receber benefícios fiscais e creditícios, mesmo que seja por meio de pessoa jurídica. Além disso, teve suspensos seus direitos políticos por um prazo de cinco anos. A sentença determina também multa civil no valor de 100 vezes a remuneração que hoje recebe um ex-delegado da PF.
As investigações que culminaram na destituição do delegado federal começaram há cerca de seis anos. Em 2003, o delegado chegou a ter prisão preventiva decretada pela Justiça. Na casa dele, a Polícia apreendeu munição e armas de grosso calibre que seriam fruto das apreensões feitas no decorrer de investigações sobre o crime organizado.
O processo foi acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF), representado pelos procuradores da República, Alexandre Meireles Marques e Alessander Sales. No processo, os procuradores assinalam que, valendo-se do cargo que ocupava, chamado a colaborar com as investigações da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais da PF, o delegado acabou “vazando” informações privilegiadas às pessoas investigadas, entre elas, o doleiro Alexander Diógenes Ferreira Gomes, atualmente foragido do País depois de ter a sua prisão preventiva decretada por vários crimes financeiros e formação de quadrilha.
“Óbvio, que o sigilo é inerente a determinadas medidas investigatórias, notadamente, às que antecedem uma busca e apreensão ou prisão, sob pena de aniquilar por completo suas funções”, cita o processo.
Vazamento
A rede criminosa montada por “Alex” Ferreira Gomes se estendeu pelo Brasil e outros países por onde o dinheiro sujo era “lavado” antes de retornar para a conta dos envolvidos.
“Alex” era o dono da “Acctur”, uma empresa que tinha a “fachada” de negócios ilegais, mas que foi descoberta como instrumento para os crimes de “lavagem” de dinheiro praticada pela quadrilha chefiada pelo doleiro foragido.
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