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Acusado de tentar matar policiais federais, Roberto Jefferson é interrogado no RJ

por Editoria Delegados

RJ: Ex-deputado está preso desde outubro de 2022, quando atacou agentes da Polícia Federal que foram cumprir o mandado de prisão na casa dele, em Levy Gasparian. Este é o terceiro dia da audiência de instrução, que já ouviu as testemunhas de defesa e acusação.

Ex-deputado está preso desde outubro de 2022, quando atacou agentes da Polícia Federal que foram cumprir o mandado de prisão na casa dele, em Levy Gasparian. Este é o terceiro dia da audiência de instrução, que já ouviu as testemunhas de defesa e acusação.

O ex-deputado federal Roberto Jefferson chegou a Três Rios (RJ) por volta de 11h30 da manhã desta sexta-feira (26) para ser interrogado pela Justiça Federal no caso em que é acusado de tentar matar policiais federais.

Roberto Jefferson está preso desde outubro de 2022, quando atirou com fuzil e usou granadas contra policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão durante uma operação na casa dele, em Levy Gasparian (RJ). Relembre o caso abaixo.

Jefferson cumpre prisão preventiva no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro (RJ), de onde saiu em um carro da Polícia Judicial. Ele foi direto para a sede da Justiça Federal e deve aguardar, em uma sala reservada, o início da audiência, marcada para 12h30.

Este é o terceiro e último dia de audiência de instrução, que começou na quarta-feira (24) e é comandada pela juíza federal Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios.

Além do ex-deputado, o assistente técnico dele, Jeferson Evangelista Corrêa, também vai ser ouvido nesta sexta, mas na sala de videoconferências da Justiça Federal em Petrópolis (RJ).

Audiência começou na quarta

Na quarta-feira (24), primeiro dia de audiência, testemunhas de acusação foram ouvidas pela Justiça. Roberto Jefferson acompanhou os depoimentos presencialmente, em Três Rios.

Ao todo, sete pessoas prestaram depoimento, entre elas o delegado da Polícia Federal Marcelo Vilella, atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, ferida na cabeça.

Marcelo Andrés Cortês Villela, Heron Costa Peixoto e Vinicius de Moura Secundo, todos agentes da PF, também foram ouvidos na sala de videoconferências da sede da Justiça Federal no Rio de Janeiro (RJ).

Em depoimento, os policiais disseram que foram surpreendidos pela reação de Roberto Jefferson ao tentar cumprir o mandado de prisão. Afirmaram ainda que tiveram pouco tempo para reagir quando o ex-deputado atirou contra a equipe.

Outras duas testemunhas, moradores da cidade de Levy Gasparian que presenciaram o ataque de Jefferson aos policiais, foram ouvidas presencialmente na sede da Justiça Federal de Três Rios.

Testemunhas de defesa ouvidas na quinta

Na quinta-feira (25), foi a vez de oito testemunhas de defesa serem ouvidas, entre elas o também ex-deputado federal Daniel Silveira, que também está preso por ataques ao STF.

Silveira disse que Jefferson é um atirador treinado e não teve intenção de matar os policiais federais que foram prendê-lo.

“Roberto Jefferson tem adestramento técnico suficiente para acertar qualquer alvo. Ele não tinha dolo [intenção] nenhum. Não é um assassino. Se ele quisesse ter acertado os policiais, teria conseguido. Na minha opinião, ele teve um devaneio momentâneo e estaria inimputável”, disse ele.

Além de Silveira, Ana Lúcia Francisco, esposa de Roberto Jefferson, também foi ouvida no segundo dia de audiência. Ela também negou que o ex-deputado tenha atirado na direção dos policiais.

“Ele jamais atiraria em alguém. Atirou no carro. É um ser humano maravilhoso”, afirmou ela.

A esposa de Jefferson disse ter avisado os agentes para se afastarem do portão porque o marido iria atirar.

Durante a audiência, Ana Lúcia apresentou quatro cápsulas de bala que, de acordo com ela, teriam sido disparadas pelos policiais federais. Os estojos teriam sido encontrados no gramado de uma casa vizinha. A defesa do ex-deputado solicitou à juíza que os estojos sejam periciados.

Diferente de quarta-feira, Roberto Jefferson acompanhou os interrogatórios do segundo dia no Complexo Penitenciário de Gericinó, por vídeo.

O ex-deputado cumpria prisão domiciliar desde janeiro de 2022 por uma investigação do STF que apura atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Jefferson descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia.

Inicialmente, o ministro Alexandre de Moraes tinha expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, como os policiais federais foram atacados por ele com granadas e fuzil, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.

Dois agentes foram feridos por estilhaços e receberam atendimento em um hospital da região. A PF revidou após o ataque, mas não invadiu a casa do ex-deputado.

Depois de passar 8h desrespeitando a ordem do STF, Jefferson se entregou à polícia durante a noite. Ele está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro (RJ).

Em dezembro de 2022, o Ministério Público Federal denunciou o ex-deputado por quatro tentativas de homicídio, resistência qualificada, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e munição de uso permitido e restrito e por posse de três granadas adulteradas.

No começo deste mês de maio, o STF formou maioria de votos para manter a prisão preventiva de Roberto Jefferson.

Ao Supremo, a defesa do ex-deputado afirmou que não há elementos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, além de que Jefferson possui um quadro de saúde frágil que o coloca em risco dentro do estabelecimento prisional.

Outro argumento foi o de que ele não oferece risco a ordem pública e se compromete a cumprir todas as medidas cautelares impostas. Os advogados pediram a transferência de Jefferson para a prisão domiciliar.

g1

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