O advogado Marco Antônio de Vicente Júnior, conhecido nas redes sociais como Marco Vicenzo, está sendo formalmente investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sob suspeita de tumultuar operações do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), incitar a prática de crimes, além de divulgar desinformação e fake news.
Grupo no WhatsApp “Terror do Detran”
De acordo com a investigação, Vicenzo seria o administrador do grupo de WhatsApp intitulado “Terror do Detran – todos contra a máfia da multa”, onde são compartilhadas informações em tempo real sobre a localização de blitzes e operações de fiscalização.
Imagens obtidas pela reportagem mostram que:
- A foto de perfil do grupo é do próprio advogado;
- O número de telefone utilizado está vinculado à conta administradora, pertencente a Vicenzo.
Abertura de Inquérito
O caso está sendo apurado pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará II), após denúncia formalizada pelo Sindicato dos Servidores do Detran-DF (Sindetran-DF). Além disso, o sindicato acionou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que determinaram a instauração de inquérito policial.
Riscos à Segurança Pública
Segundo o presidente do Sindetran-DF, Heitor Martins, as ações de Vicenzo representam uma grave ameaça à segurança pública:
“As atitudes irresponsáveis do advogado, que dissemina informações falsas e incentiva a população contra o Detran-DF, comprometem diretamente a integridade das operações e colocam vidas em risco. Além disso, suas declarações promovem o desacato, desqualificam servidores e incentivam o descumprimento das normas do Código de Trânsito Brasileiro”, afirmou.
Episódios de Confronto
Vicenzo também é acusado de incitar cidadãos a tumultuarem uma blitz em São Sebastião (DF), fato que teria resultado em diversos episódios de confronto, desacatos e tensão entre motoristas e agentes de trânsito.
Declarações Polêmicas
Em vídeos que circulam nas redes sociais, o advogado afirma que as operações de blitz do Detran seriam ilegais e que o órgão não teria autoridade para realizar apreensões de veículos por atraso no IPVA, declaração que é falsa. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a remoção do veículo é permitida quando a irregularidade não pode ser resolvida no local.
Defesa do Advogado
Vicenzo rebateu as acusações, alegando que se tratam de:
“Desespero do Detran, porque nunca ninguém enfrentou eles. Estão tentando me atingir, mas não conseguem provar nada do que dizem. Não conseguem comprovar que eu incentivei desacato ou que administro grupos de alerta sobre blitz”, declarou, mesmo diante dos prints que confirmam sua atuação no grupo.
Posição do Sindetran-DF
O sindicato enfatiza que esse tipo de prática:
- Prejudica operações essenciais de fiscalização;
- Facilita que motoristas com condutas irregulares evitem blitzes;
- Aumenta riscos à segurança viária e à integridade dos agentes públicos.
Próximos Passos
A investigação segue em curso na Polícia Civil do DF, que avaliará se há elementos suficientes para a responsabilização criminal e administrativa do advogado, incluindo eventual sanção ética pela OAB.
Crimes cometidos pelo advogado que administra grupo de redes sociais para informar situação de blitzen e roteiro de investigação
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