Blogueira de facção sorri e debocha de prisão no PI: “vou tá na rua logo, logo”

Nem mesmo os procedimentos policiais, como o uso de algemas e o transporte no camburão da Polícia Civil do Piauí, foram capazes de intimidar a atitude irreverente da blogueira Ana Azevedo. Ao ser escoltada da Central de Flagrantes de Teresina até a audiência de custódia nesta quarta-feira (30), a influenciadora declarou que logo, logo estará […]

Por Editoria Delegados

Nem mesmo os procedimentos policiais, como o uso de algemas e o transporte no camburão da Polícia Civil do Piauí, foram capazes de intimidar a atitude irreverente da blogueira Ana Azevedo. Ao ser escoltada da Central de Flagrantes de Teresina até a audiência de custódia nesta quarta-feira (30), a influenciadora declarou que logo, logo estará novamente em liberdade.

Em um breve contato com a imprensa, chegou a cantar um trecho no qual se intitula “rainha do Instagram”. Ana figura entre os alvos da operação Faixa Rosa, deflagrada pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) na última quarta-feira (30).



“Já já eu estou na rua, viu. Ana Azevedo já já está de volta”, disse ela, exibindo um sorriso enquanto permanecia algemada. Indagada sobre o impacto da prisão, respondeu com desdém ao afirmar que não teme a morte e que o primeiro dia sob custódia foi desconfortável.

“Nós não têm medo da morte não. Nós estamos aqui é pra isso”, complementou, mantendo o tom provocador.

Nos últimos meses, Ana Azevedo tem protagonizado episódios controversos, sugerindo um possível rompimento com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Chegou a se ausentar de Teresina por receio de represálias, e ao retornar à cidade, concedeu entrevistas relatando que teme ser alvo de vingança por parte da organização criminosa.

A prisão da blogueira ocorreu no contexto da Operação DRACO 210 – Faixa Rosa, que teve início na manhã da última quarta-feira (30), na ocupação Dagmar Mazza, situada na zona Sul da capital piauiense. O companheiro de Ana, suposto integrante do grupo criminoso Bonde dos 40, também foi preso. A ofensiva policial cumpriu 34 ordens judiciais, entre elas 15 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão com 41 presos.

As diligências foram realizadas em diversos bairros de Teresina, como Todos os Santos (Residencial Pedro Balzi), Santo Antônio (Invasão Dagmar Mazza), Monte Castelo, Dirceu II, Lourival Parente, Areias (Loteamento Primavera), Parque Jacinta, Samapi, além de municípios como Timon (MA), Demerval Lobão (PI) e Nazária (PI). Os mandados foram expedidos pela Central de Inquéritos de Teresina, com foco em 15 mulheres suspeitas de integrarem a estrutura criminosa.

A mobilização policial deriva de investigações em andamento desde a Operação DRACO 198, realizada em março deste ano, a qual resultou na apreensão de um aparelho celular pertencente a A. da S. M., apontada como tia de um dos líderes da facção e peça-chave no núcleo feminino da organização.

“São mulheres que exercem uma influência nociva. Em hipótese alguma permitiremos que facções criminosas contaminem a juventude com suas narrativas distorcidas. Durante a operação, localizamos uma arma na residência dela e de seu parceiro”, declarou o delegado Charles Pessoa, coordenador do DRACO da Polícia Civil do Piauí.


Espetacularização da prisão promovida pelo próprio preso

O episódio em que a influenciadora Ana Azevedo, conhecida como “coreana”, ironizou sua prisão e chegou a cantar para as câmeras, tornou-se símbolo de uma situação em que o espaço entre espetáculo e operação policial se confundiu.

As imagens amplamente veiculadas nas redes sociais e na imprensa mostram as detidas sendo transportadas pela polícia até a audiência de custódia. Em especial, o caso de Ana Azevedo viralizou por sua postura debochada e suas declarações desafiadoras nutrindo de forma expressiva a impunidade deliberada.

Em um cenário de crescente influência de redes sociais sobre a percepção pública de ações policiais, o episódio demonstram como os presos lidam com a exposição midiática protagonizando um espetáculo midiático. A linha tênue entre a preservação da dignidade e a autopromoção criminosa vislumbra um expediente propício para criminosos estenderem seu histórico perante seus seguidores.

No caso em tela, as próprias detidas tiveram a possibilidade de optar por uma postura discreta. Poderiam ter se mantido em silêncio ou evitar qualquer demonstração pública, mas escolheram, de forma deliberada, interagir com a imprensa. No caso de Ana Azevedo, a escolha foi pela performance: usou as algemas como símbolo de escárnio, reforçou sua presença criminal digital com frases provocativas e transformou o momento em palco.


Procedimento de condução de presos algemados, sentados do banco traseiro da viatura com vidros abertos

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