MT: Com mandado de prisão preventiva em aberto
O operador de máquinas Benedito Pereira Marques, de 52 anos, réu pela chacina ocorrida numa fazenda na divisa de Mato Grosso com a Bolívia, em 2012, foi preso pela Polícia Civil no distrito Santiago do Norte, de Paranatinga, município distante 411 km de Cuiabá. Conhecido como ‘Dito Preto’, ele é suspeito ainda de ter ameaçado de morte a juíza que estava com a ação penal em Porto Esperidião e um delegado do município de Rio Branco, distante 367 km da capital.
Com mandado de prisão preventiva em aberto, ele foi preso por policiais civis na manhã da última sexta-feira (25). O acusado já havia conseguido escapar do cerco policial em outras duas ocasiões.
O operador de máquinas é suspeito também de grilagem de terras. Além dele, outras sete pessoas são acusadas de participarem da chacina na fazenda, entre elas o irmão de Marques, conhecido como ‘Marquinhos’, preso desde 2014.
A chacina ocorreu na fazenda Nova Bom Jesus, no Distrito de Vila Cardoso, que fica no município de Porto Esperidião, no dia 14 de setembro de 2012. A área fica a 120 km da fronteira com a Bolívia.
Cinco funcionários que haviam sido contratados para trabalhar na propriedade rural foram alvos de tiros. Dois conseguiram escapar e o restante não resistiu. Dois dias depois, um integrante do grupo acusado de ter sido o autor dos disparos também foi encontrado morto por policiais na mesma fazenda. Um ano antes, a fazenda tinha sido alvo de um incêndio criminoso que destruiu a sede da propriedade, o alojamento dos funcionários, dois barracões, um galpão e o maquinário.
A denúncia contra o bando em relação à chacina foi aceita em janeiro de 2013, mas naquele mesmo ano a juíza que estava com a ação penal precisou ser transferida e passou a receber escolta de policiais militares, após ter sido ameaçada de morte.
O mesmo grupo criminoso teria sido o responsável pelas ameaças de morte ao delegado que investigou a invasão de uma fazenda localizada em Lambari D’Oeste, a 327 km da capital.
Em fevereiro deste ano, o desembargador Juvenal Pereira da Silva, do Tribunal de Justiça (TJMT), suspendeu o júri da chacina, a pedido do Ministério Público, que alegou razões de segurança.
O MPE pediu também que o julgamento seja realizado fora da região Oeste do estado, em razão das ameaças às autoridades e também às testemunhas arroladas no processo, em especial a viúva e a mãe de uma das vítimas. O pedido ainda não foi decidido pela Justiça.
Folha Max
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