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‘Só volto a trabalhar quando tirarem o delegado geral’, diz delegado do MT

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

MATO GROSSO
‘Só volto a trabalhar quando tirarem o delegado geral’,

‘Ele não sabe fazer nem um inquérito’,

Afirma delegado João Bosco, do MT

MATO GROSSO

{loadposition adsensenoticia}A Polícia Civil de Mato Grosso passa por uma de suas piores crises de toda a sua históriar. É um escândalo atrás do outro. E quem sofre com isso é a sociedade, que se vê diante de tantos bandidos armados, que não hesitam um minuto em atirar e matar uma pessoa inocente durante um assalto

“Só volto a trabalhar quando tirarem o delegado Paulo Vilela da diretoria geral da Polícia Civil. Não trabalho com quem não sabe trabalhar, e ainda por cima com quem nunca trabalhou porque não sabe nem fazer um inquérito”. Palavras do delegado João Bosco de Barros que acaba deixar o Hospital Santa Rosa após passar mal pela segunda vez nos últimos 15 dias. Barros repetiu as palavras duras do também delegado Clocy Hugnei na manhã do último sábado (03).

O delegado Bosco passou mal na manhã desta segunda-feira (05) que começou o dia com 36 graus, mas a temperatura neste momento é de 44 graus no centro de Cuiabá, e teve que ser medicado às pressas na emergência do Hospital Santa Rosa.

Após realizar uma bateria de exames, o delegado recebeu alta com a recomendação médica de ficar, no mínimo 30 dias sem atividades no trabalho que ele exerce como delegado da Polícia Civil há mais de 20 anos.

“Eu trabalho e já trabalhei mais. Aliás, antes de me transferirem para a Guia  como medida de represália por eu ter falado a verdade, eu já havia passado todas as informações ao Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) sobre as quadrilhas que estão sendo presas agora em Cuiabá. É assim que se trabalha, em conjunto, com troca de informações, não fazendo fofoca e causando indignação dentro de uma instituição que tem que ser respeitada, custe o que custar”, desabafou o delegado Bosco.

Aliás, o delegado Bosco apenas repetiu as palvras do delegado Clocy que confirmou seu afstamento do cargo de Diretor Metropolitano da Polícia Civil e ainda detonou: “Só volto ao trabalho quando tirarem o delegado Paulo Vilela, diretor geral da Polícia Civil.

A desavença dentro da Polícia Civil quando o delegado João Bosco, então coordenador do Centro Integrado Oeste (Cisc-Oeste) do Verdão criticou a falta de policiais para investigações criminais e cobrou o fim da greve de escrivães e investigadores que estava prejudicando os trabalhos da Polícia Civil.

Dois dias depois Bosco foi retirado do Cisc-Leste e transferido para o Distrito da Guia, também responsável pelas ocorrências registradas em Acorizal, na Baixada Cuiabá, a 30 e 40 quilômetros de Cuiabá, respectivamente.

Além de perder a coordenadoria do Verdão, Bosco também foi retirado do comando da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRRF), que ele estava montando juntamente com o delegado Clocy, então diretor metropolitano.

A saída de Bosco revoltou Clocy, que passou mal um dia depois e teve que ficar hospitalizado, e ainda mobilizou toda a categoria de policiais civis: delegado, investigadores  e escrivães que resolveram radicalizar.

Os Ciscs foram trancados e os grevistas anunciaram uma paralisação de 100%. Houve até um bate-boca entre policiais civis e militares, e por pouco não sai um confronto armado. Confronto que se acontecesse, aumentaria ainda mais os escândalos dentro da Polícia Civil que passa por sua pior crise desde a sua fundação.

Procurado pela reportagem do Portal de Notícias 24 Horas News por telefone desde a manhã do último sábado, o delegado Paulo Vilela não atendeu as ligações.

Exoneração de delegado revolta categoria e aumenta crise na Polícia Civil

 

A exoneração do delegado João Bosco, apontado como um dos melhores delegados do Estado, trás um rastro de revolta entre a grande maioria dos policiais civis: delegados, escrivães e investigadores, e o prenúncio de uma nova crise ainda mais aguda dentro da Polícia Civil de Mato Grosso, cuja cúpula se arrasta e não consegue resolver dez por cento da criminalidade no Estado

O delegado João Bosco de Barros está sofrendo uma das piores humilhações de sua carreira de delegado. Responsável por trabalhar na elucidação de vários crimes de repercussão social, o policial estaria sofrendo represália por ter feito uma crítica ao atual sistema policial do Estado:  não só foi exonerado do cargo de coordenador do Centro Integrado de Segurança e Cidadania doVerdão, como não vai mais assumir a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRRF). Bosco foi transferido para o Distrito da Guia e também cuidará das ocorrências de Acorizal. Bosco entrou com processo de aposentadoria.

Tido como um dos melhores delegados da Polícia Civil de Mato Grosso, João Bosco irritou a cúpula palaciana ao reclamar o desinteresse do Governo do Estado em resolver o impasse com os investigadores e escrivães em greve por melhores salários. Bosco ainda criticou o governo pelo pequeno número de profissionais na área de investigação.

Além disso havia anunciado que só iria assumir o comando geral da DRRF caso recebesse a garantia do governo do estado de que teria a sua disposição uma equipe de oito delegados, 16 escrivães e 31 investigadores.

Curiosamente após apontar inúmeras falhas existentes atualmente na Polícia Civil e a forma como o secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado e o governo Silval Barbosa estão tratando o setor e a greve dos investigadores e escrivães, ele acabou sendo transferido para uma delegacia apontada de pequeno porte.

Nos meios policiais esta transferência vem sendo apontada como uma represália da cúpula da Segurança Pública as veementes criticas e ao pedido, que foi considerado um exagero, para poder assumir o comando geral da DHPP.

Uma das principais reclamações de João Bosco era que a greve estava inviabilizando investigações importantes como o assassinato do jornalista Auro Ida e agora, recentemente, o caso da Galeria Itália, onde dois bandidos e dois vigilantes morreram em tiroteio após tentativa de assalto.

Ao ser informado que estava sendo transferido para uma minúscula delegacia, João Bosco de Barros confirmou na manhã desta sexta-feira (02)  que não vai assumir o novo posto. Ele disse que entrou com seu pedido de aposentadoria.
A exoneração de Bosco revoltou toda a categoria. Um delegado da alta corte da Polícia Civil já colocou seu cargo a disposição, e há informações de que todos os delegados titulares também vão pedir exoneração.
Uma das exonerações confirmadas é a do delegado Clocy Hugnei, atual delegado titular da Delegacia Metropolitana, responsável pela chefia geral das Delecias de Polícia Civil de Cuiabá e Várzea Grande.

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