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Preso usava nome dos filhos para ameaçar juízas pela internet, diz PF

por Editoria Delegados

Homem foi condenado por desvios de verba federal por magistrada

O detento responsável por enviar ameaças a duas juízas via e-mails e mensagens de redes sociais usou, num primeiro momento, o nome dos filhos – menores de idade- para fazer contato com as magistradas, apontam as investigações da Polícia Federal. Além dos quatro celulares apreendidos durante as investigações, outros dois aparelhos, encontrados dentro da cela do presidiário, foram apreendidos pela PF ainda nesta segunda-feira (4).

De acordo com o delegado responsável pelas investigações da operação Égide de Athena, Antonio de Pádua Cavalcanti, o envio das mensagens aconteceu nos meses de abril e novembro de 2015 e em fevereiro de 2016. A cada mensagem, o teor misógino dos textos enviados pelo detento chegava a um nível ameaçador. “Em um dos textos, ele chegou a ameaçar dar um tiro em uma das juízas”, explicou.

Ao longo da manhã, envolvidos no esquema receberam mandados de condução coercitiva e chegaram à sede da PF, na Avenida Cais do Apolo, no Bairro do Recife, para prestar depoimentos. Ainda de acordo com Pádua, os convocados têm grau de parentesco com o detento. “Queremos interrogar a mãe e a sogra do preso para saber de que forma os celulares chegavam a ele e se elas também tinham acesso à conta”, explica o delegado.

As investigações também revelaram que o presidiário entrou em contato com sites de venda de armas para negociar preços e entregas para o Recife. Entretanto, após contato com as empresas administradoras das contas, a PF constatou que os endereços eletrônicos estão em desuso.

A corporação acredita que o principal motivo para o envio das mensagens ameaçadoras às magistradas é a Operação Fake Work, realizada em 2013 também pela Polícia Federal. O detento era o principal alvo da operação e foi acusado de desviar cerca de R$ 7 milhões dos cofres públicos para benefícios falsos de seguro-desemprego e Bolsa Família. Uma das juízas que receberam as ameaças participou da condenação do detento na época.

Caso seja comprovado o envolvimento de outras pessoas no caso, os suspeitos podem cumprir pena de até quatro anos de reclusão. Procurada pelo G1, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que cooperou com a ação comandada pela Polícia Federal e que vem “intensificando as revistas nas unidades prisionais do estado a fim de evitar a entrada de materiais ilícitos”. A Seres destacou ainda que apreendeu 4.807 celulares, desde janeiro de 2015.

  

Ameaças eram feitas de dentro do Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife
(Foto: Reprodução / TV Globo)

G1

 

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