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Por que não se divulga os 18 dias sem homicídios em Campina Grande?

por Editoria Delegados

PB: Árduo trabalho produzido por policiais civis

 

Delegados Henry Fábio e Marcos Paulo (imagem)

Campina Grande é apontada como a maior cidade do interior do Nordeste. Tem quase meio milhão de habitantes, no país mais homicida do planeta (em números absolutos). Quando a cidade se mantém numa média de um assassinato a cada dois dias, setores da imprensa extrapolam no assunto, muitas vezes fazendo a opinião pública acreditar que “vivemos um caos”. O mesmo destaque não é dado quando a ‘calmaria’ de instala. Por quê?

Campina – cidade com quase meio milhão de habitantes – passou 18 dias sem registrar um único homicídio. Sorte ou fruto de ações estratégicas? Talvez, ambos. Mas independente do diagnóstico, com certeza merece destaque nos noticiários, já que nos cursos de Jornalismo se ensina que “Notícia é tudo aquilo que foge do comum”. Se o trivial na cidade (e no Brasil) é a ocorrência de mortes violentas numa sequência constante, um veículo de comunicação sério deveria noticiar a esquisita pausa nas mortes em Campina.

O que faz uma cidade de médio porte passar quase três semanas sem a ocorrência de homicídios? Sorte ou ações da polícia?

SORTE

Quando, por exemplo, existem tentativas de homicídios, mas o crime não se consuma. Quando, por exemplo, a natureza resolve ajudar e presenteia a região com muitos dias de chuva (vítimas e assassinos também não saem de casa em dias chuvosos). Quando, por exemplo, os matadores do tráfico (os principais responsáveis pelos CVLI’s no Brasil) resolvem tirar férias do serviço e viajam para outra cidade.

AÇÕES POLICIAIS

Como, por exemplo, as apreensões de armas nas ruas todo santo dia. Como, por exemplo, as prisões de traficantes matadores. Como, por exemplo, a sensação de ‘PUNIDADE’ quando a cidade de Campina foge da vergonha nacional no quesito “elucidação de homicídios” (média de 8%) e apresenta o orgulhoso índice de 70% de esclarecimento dos crimes. Marca de primeiro mundo! É só pesquisar.

SORTE OU AÇÕES POLICIAIS?

Não importa. O fato é que “18 dias sem homicídios numa cidade brasileira de quase meio milhão de habitantes” é algo que foge do comum e merece primeira página em qualquer jornal da região.

18 DIAS

O penúltimo assassinato em Campina Grande foi o que tirou a vida do professor Eraldo César de Araújo, morto dentro da escola Major Veneziano, no dia 12 de maio de 2015. Desde os primeiros minutos após o crime, a Polícia Civil iniciou as investigações e já tem os nomes de todos os envolvidos. Um deles – Jailton Carolino dos Santos, 29 anos – já foi preso e apresentado à imprensa.

O último homicídio na cidade (até a publicação deste texto) aconteceu nessa sexta-feira, 30 de maio, no bairro da Glória. A julgar pelos índices da Polícia Civil, a tendência é de que seja mais um crime elucidado nos próximos dias.

 

Paraiba em QAP

 

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