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Material com pornografia infantil é repugnante, diz delegada da PF

por Editoria Delegados
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A Polícia Federal (PF) identificou 160 pessoas que participavam de um esquema que compartilhava material de pornografia infantil na internet. Destas, 97 vivem no exterior – em 34 países – e 63 residem no Brasil. A ação, batizada de DirtyNet, foi deflagrada nesta quinta-feira e já prendeu, pelo menos, 18 pessoas no país.

 

Os suspeitos – do sexo masculino e de diferentes idades, profissões e classes sociais – irão responder pelos crimes previstos nos artigos 241A e 241B da lei 8.069/90 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Se condenados, poderão pegar até seis anos de prisão.

 

Segundo Diana Calazans Mann, chefe da Delegacia de Defesa Institucional da PF do RS, responsável pelas investigações, o tipo de material encontrado “é muito repugnante”, com imagens até de abuso sexual a bebês. “Como eles usavam o anonimato em uma rede privada de compartilhamento, a sensação de estarem seguros pode ter estimulado as formas mais agressivas de pornografia infantil. Ficamos muito chocados com o tipo de imagens que estavam trafegando. É o que eu já vi de pior”, ressaltou Diana.

 

No material ao qual os policiais tiveram acesso durante os seis meses de investigação, há fotos de crianças e adolescentes mostrando as partes íntimas, além de vídeos com adultos praticando sexo com crianças ou adolescentes e até mesmo menores de 12 anos praticando sexo entre si.

 

Além disso, há relatos de estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo. “Existem alguns indícios, flagrados em conversas na rede, de lesão corporal cometida contra crianças no meio de fantasias sexuais macabras, inclusive com extração de pedaços e relatos abomináveis”, explica a delegada.

 

Cada um dos suspeitos identificados possuía acervos pessoais. Ao todo, foram expedidos 50 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão em 11 Estados e também no Distrito Federal.

 

Agora, o material apreendido será analisado para a identificação de outros crimes cometidos pelos usuários da rede e também das possíveis vítimas. “A imagem de pornografia é o subproduto de um abuso sexual. O próprio abusador produz as imagens que são colocadas na rede. Se isso for constatado, a pessoa também vai responder por esse crime”, ressalta.

 

De acordo com o procurador Rodrigo Valdez de Oliveira, foi a primeira vez que o Brasil iniciou uma investigação de pornografia na internet que envolvia também outros países. Até então, o crime era descoberto no exterior e então as autoridades brasileiras eram comunicadas para tomar as providências cabíveis.

 

Rede internacional

 

A investigação descobriu que os brasileiros compartilhavam material de pornografia infantil ainda com outros usuários da internet em mais 34 países. A PF já comunicou os países envolvidos, por meio da polícia internacional (Interpol) para que seja dado prosseguimento às investigações com o objetivo de identificar todos os envolvidos. Segundo a delegada Diana, há também notícias de ações feitas pela polícia hoje no Reino Unido e na Bósnia.

 

jornal do brasil

 

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