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Ex-governador do TO se apresenta à PF e é preso na operação Ápia

por Editoria Delegados

TO: Ele chegou dirigindo o próprio carro e presta depoimento neste momento.

O ex-governador do Tocantins Sandoval Cardoso (SD) se apresentou à Polícia Federal no começo da noite desta quinta-feira (13), em Palmas. Contra ele há um mandado de prisão temporária por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude em licitações, alvo da operção Ápia, iniciada pela PF durante a manhã. Ele chegou dirigindo um carro de passeio, está prestando depoimento e depois será levado para Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP).

Segundo informações da Polícia Federal, organização suspeita de fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica no Tocantins funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e empresários. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 200 milhões.

Ao todo, 115 mandados expedidos pela Justiça Federal estão sendo cumpridos. São 21 de prisão temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão no Tocantins, Maranhão, Goiás, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Cocalinho (MT).

A defesa de Sandoval Cardoso informou que vai colaborar com as investigações.

Um dos mandados de condução coercitiva foi contra o ex-governador, Siqueira Campos (sem partido). Ele foi levado para depoimento na sede da PF em Palmas no início da manhã e foi liberado por volta das 13h30.

Segundo a PF, dos 21 investigados no estado, 12 estão na CPPP, o 13° é o ex-governador Sandoval Cardoso que presta depoimento na noite desta quinta-feira. Em relação aos sete que faltam, seis são considerados foragidos e um está sob cuidados médicos em São Paulo.

Esquema

O superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, disse que os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.

“O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais”, disse.

O delegado explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.

Segundo a investigação da PF, os recursos conseguidos através de três linhas de crédito somavam R$ 1,2 bilhão. Deste valor, a Agetrans ficou com R$ 850 milhões para investir em obras nas rodovias, mas os contratos receberam aditivos que se computados, ultrapassariam R$ 1 bilhão.

“Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal”, explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

 

G1

 

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