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Delegados rebatem as manifestações do delegado-geral do AP

por Editoria Delegados

AP: Chefe da PC quer proteger o desgoverno que o mantém precariamente

 

 

Delegado Sávio Pinto – Presidente da Adepol/PA

Veja na íntegra a Nota da ADEPOL do Pará:

 

A ADEPOL do Amapá vem a público rebater as falaciosas manifestações realizadas pelo atual Delegado Geral da Polícia Civil do Amapá. Elas são típicas de quem não tem o que argumentar. No afã de defender o indefensável (no jargão popular tapar o sol com a peneira), ou seja, proteger o desgoverno que o mantém precariamente (esse mesmo governo já procurou dois delegados para lhe substituir, porém ninguém quis assumir o abacaxi!) no cargo político que ora ocupa, busca desqualificar um movimento legítimo de sua própria categoria.

 

Por esse caminho tortuoso, quando o DGPC-AP utiliza o vocábulo política (que é uma palavra polissêmica) para denunciar que o movimento tem índole política partidária (essa é sua intenção!), comete seu primeiro equívoco e de forma insidiosa tenta incitar a sociedade contra uma ação absolutamente legítima de seus próprios colegas de profissão (primeira manifestação obtusa de autofagia). Rechaçamos tal argumento falaz, eis que nossa ação tem caráter exclusivamente sindical, que significa exatamente a defesa de interesses profissionais de seus associados (condições de trabalho e salário. Isso é ilegal?!).

 

Agora mesmo bancários de todo o País pararam e servidores dos TREs ameaçam parar! Isso é politicagem?! Lutar por salário digno e condições dignas de trabalho nunca foi sinônimo de politicalha. Pelo contrário. É nobre. Nossos ambientes de trabalho estão absolutamente deteriorados. As delegacias (muitas) estão literalmente caindo aos pedaços (quando já não caíram por inteiro – a exemplo de Mazagão). Há infestação de ratos, pombos, baratas. Isso é indigno e desrespeitoso (fotos anexas).

 

Por capricho e para sepultar o tema (política), sabemos que um dos significados da palavra POLÍTICA é “arte ou ciência de governar, ciência da organização, da administração de nações, estados e estruturas públicas ou privadas”. E nesse sentido, a propósito, a gestão do atual DGPC-AP (política!) tem se revelado limitada (o eufemismo é para não expor tanto a Instituição).

 

O mesmo DGPC ainda sustenta que a ação faz parte de uma manobra “OBSCURA” (segundo pronunciamento primitivo de fratricídio). Agora veja só o despautério e a extrema leviandade! Esse mesmo cidadão foi CIENTIFICADO há mais de 45 dias a respeito de todos os atos que seriam praticados pela ADEPOL-AP, caso a trágica “política” do silêncio e da omissão, marcantes em sua administração e governo do qual faz parte, preponderasse. Nada há de sombrio em nossas PÚBLICAS e ANUNCIADAS ações. Tenebroso seria usar, por exemplo, uma instituição para fazer perseguição política a desafetos. Utilizar uma corregedoria para amedrontar e punir dissidentes ideológicos! Mas esse é um capítulo à parte! Tudo a seu tempo!

 

A coragem que a maioria dos delegados do Amapá está tendo tem um matiz bem diferente da postura histórica do circunstancial Delegado Geral. Nosso destemor em enfrentar um governo e uma administração perseguidoras, que não dialogam e que se utilizam de ferramentas institucionais como a própria Corregedoria, para tentar coarctar, amedrontar as pessoas, faz dos 68 Delegados subscritores dos pedidos de exoneração dos cargos comissionados verdadeiros heróis.

 

Sobre a “PONTUALIDADE” dos problemas de escassez do básico (papel, combustível, tinta em impressoras), aqui no Amapá, com 16 Municípios, essa pontualidade se situa nos seguintes PONTOS: Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pracuúba, Tartarugalzinho, Ferreira Gomes, Porto Grande, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Macapá, Santana, Mazagão, Laranjal do Jari e Vitória do Jari. São somente 16 pontos!!! É um problema bem pontual, como disse o DG!

 

Dizer que passamos 3 anos e 6 meses calados exige-nos um rápido histórico. Nos 2 anos da gestão do Dr. Fábio Araújo a ADEPOL-AP esperou pacientemente o cumprimento de diversas promessas de campanha do então governador. Sempre tentando, oficiando, buscando o diálogo. Depois assumiu o Delegado Valter Parr, e daí, quando a paciência de todos os associados já estava pra se esgotar, quando todos os associados passaram a cobrar do Delegado Valter uma postura mais incisiva, nada era feito. Silêncio, inação, omissão. Muitos saíram da ADEPOL desacreditados. Não sabíamos porque a condução do Delegado Valter era tão reflexiva e inoperante.

 

Um clima de insatisfação generalizada tomou conta do grupo. Muitos deixaram a ADEPOL e até este subscritor, hoje Presidente, chegou até mesmo a pedir a sua saída da entidade. Até que o Delegado Valter renunciou e em seguida foi contemplado com um curso de mestrado na Europa, com todos os seus vencimentos preservados, com todos os subsídios inalterados…

 

O fato é que assumimos a Presidência da entidade com a promessa de tentar resgatar a autoestima dos Delegados. Somente a título de ilustração, no Amapá, desde 2011, Delegado era REVISTADO ao entrar nos fóruns e obrigado a entrar desarmado, mesmo estando em serviço! E o que fez o Delegado Geral durante os três anos em que isso aconteceu? NADA! Na penitenciária do Amapá os presos encaminhados por Delegados Federais não necessitavam de uma homologação judicial para serem recolhidos, já os presos encaminhados por Delegados da Polícia Civil necessitavam dessa homologação. E o que fez o Delegado Geral? NADA! Vamos parar por aqui, pois são muitas as omissões e não podemos perder o foco!

 

Por derradeiro, ressaltamos que a ADEPOL-AP solicitou a abertura de uma CPI para se apurar um fato gravíssimo envolvendo insalubridade em nossas Delegacias de Polícia (já fizemos representações no MPT e ações estão em curso) e também a anulação de diversos processos licitatórios na SEJUSP que teriam como destino a reestruturação de nossas Unidades Policiais. Queremos que tudo seja minuciosamente analisado, pois precisamos saber se há relação de causa e efeito entre ações ou omissões de natureza espúria com a perda de uma vida humana e outras mazelas.

 

Assim, essa É e SERÁ a postura de uma entidade que representa com responsabilidade e altivez seus associados, que deseja o fortalecimento institucional da Polícia Civil, como um ÓRGÃO DE ESTADO e não de governo (efêmero). Desejamos uma Polícia Judiciária forte para todos os lados e não somente para baixo (pelega). Que na Polícia Civil a democratização do Direito Penal seja efetivamente iniciada. Para isso lutaremos com afinco. Força, honra e sempre AVANTE!

 

Macapá, AP, 02 de outubro de 2014.

 

Delegado SÁVIO PINTO – Presidente da ADEPOL do Amapá.

 

Da Redação

 
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