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Delegados ameaçam entregar delegacias no interior

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS
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RIO GRANDE DO NORTE
Delegados ameaçam entregar delegacias no interior
Situação é insustentável

RIO GRANDE DO NORTE

{loadposition adsensenoticia}Os delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte ameaçam entregar as delegacias que acumulam no interior, caso o Governo do Estado não sinalize com a nomeação dos 82 aprovados no concurso para delegado. De acordo com a presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol/RN), Ana Claudia Gomes, atualmente há delegados que acumulam delegacias em mais de 20 cidades. “A situação no interior do estado está insustentável e algo precisa ser feito urgentemente”, disse.

A decisão de entregar ou não as delegacias acumuladas será tomada em assembléia marcada para as 11h de hoje, na sede da Adepol. Os delegados regionais decidiram tomar alguma providência após anúncio do governo, em reuniões com a categoria, de que só seriam nomeados 10 dos 82 aprovados para o cargo de delegados. “O acúmulo de delegacias é ilegal e a categoria vem suportando essa prática há anos na esperança de que essa nomeação aconteça e agora o governo diz que irá nomear só 10 aprovados. Não é sóa Polícia Civil que precisa dessa nomeação, é a sociedade como um todo”, opinou a presidente da Adepol.

Nesta semana, a juíza Daniela Duarte concedeu liminar determinando que, no prazo de 20 dias, o Estado do Rio Grande do Norte designe para a comarca de Caraúbas uma equipe de polícia civil composta de delegado de polícia, escrivão e agentes, para atuação de forma exclusiva e permanente, para exercer suas atividades constitucionais de polícia judiciária. A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público justamente porque o delegado designado para a cidade de Caraúbas, responde por outras 13 cidades. Além disso, em Caraúbas, a delegacia não possui escrivão e o número de agentes da polícia civil é insuficiente. De acordo com a Adepol/RN, em virtude disso, muitos inquéritos de crime de homicídios são arquivados por não se conseguir determinar a autoria por falta de equipe para uma atividade investigativa eficiente.

Diagnóstico

Em novembro deste ano a Adepol/RN divulgou um diagnóstico da estrutura físicae pessoal da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O estudo revelou que em 30 municípios potiguares inexiste a presença da polícia judiciária em todos os aspectos e ainda que há 124 municípios onde o efetivo da Polícia Civil está incompleto. Isso significa que há o prédio da delegacia, mas ela não conta com uma equipe suficiente de agentes, escrivães ou delegado. Em 85 cidades não há armas para os servidores da polícia judiciária; 90 não têm viaturas disponíveis para a instituição; e em 50 não existe sequer arma, viatura ou efetivo, apenas um prédio ocupado por policiais militares. “Infelizmente, em boa parte dos municípios do interior potiguar são os PMs que fazem o nosso papel”, afirmou a presidente da Adepol.

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