Promotor negou fazer teste do bafômetro alegando ter usado Listerine
delegado Cristian Cabral, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran) de Cuiabá (MT), derrubou o argumento usado pelo promotor Marcos Regenold, por se recusar a fazer o exame de bafômetro, durante uma blitz da Lei Seca, na noite de quarta-feira, na região central de Cuiabá. Na ocasião, o membro do Ministério Público alegou que o uso do enxaguante bucal poderia indicar positivo para o índice de álcool.
De acordo com o delegado, o uso de antisséptico bucal, não interfere em nada no exame de bafômetro. “O fato de usar de enxaguante bucal dar positivo no exame de bafômetro é um mito. Não interfere no teste de etilômetro. Depois de beber água ou fazer um enxague, o álcool presente na boca do condutor é eliminado e não apresentará valor no bafômetro, diferente de quando há o consumo de bebidas alcoólicas”, afirmou o delegado em entrevista ao programa Cadeia Neles.
O delegado afirmou ainda que o promotor poderia refazer o exame caso fosse dado positivo. “Sob esta alegação, em caso de resultado positivo ele pode ser submetido a um novo exame minutos depois”, completou.
O delegado ainda afirmou que o promotor de Justiça não foi conduzido para a delegacia porque não apresentou sintomas visíveis de embriaguez, como fala embaraçada, dificuldades em andar e olhos vermelhos.
Porém, por se recusar a fazer o exame, Regenold recebeu uma sanção administrativa. O promotor foi multado em R$ 1.915, teve a CNH recolhida e perdeu sete pontos em sua carteira.
Cristian Cabral ainda comentou sobre a punição aplicada ao diretor da CAB Cuiabá, Italo Jóffily. Segundo o delegado, o diretor fez o exame que constatou o uso de bebida alcoólica. Como não aparentava estar visivelmente embriagado, Joffily sofreu as mesmas penalidades que o promotor.
Na blitz realizada na noite de ontem, cerca de 20 pessoas foram autuadas em flagrante por embriaguez ao volante. Todavia, não houve necessidade de encaminhar nenhuma a delegacia.
Em nota, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), explicou a infração cometida pelo promotor Marcos Regenold.
Confira:
Informamos que os policiais que integravam a Operação Lei Seca realizada na noite desta quarta-feira, dia 16, e que abordaram o promotor de justiça Marcos Regenold não constataram nenhum sintoma aparente de embriaguez. O promotor só foi autuado administrativamente por haver se recusado a realizar o teste do etilômetro (bafômetro) o que é uma infração de trânsito. Informamos ainda que o delegado Christian Cabral participou da operação, mas não teve contato com o promotor.
A Operação Lei Seca tem como objetivo reduzir o número de acidentes no trânsito causado por embriaguês e é realizada em ação conjunta entre o Gabinete de Gestão Integrada (GGI), da Secretaria de Segurança Pública e a Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPMTran), a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público Estadual (MPE).
FolhaMax
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