Quase metade das 729 delegacias da Polícia Civil de Minas Gerais tem uma mulher no comando. De acordo com dados da corporação, são 349 delegadas em todo o Estado. Já os homens sobram em presença nas unidades policiais: são 922 desempenhando o cargo.
Além disso, o número de mulheres em cargos de chefia na Polícia Civil de Minas Gerais mais que dobrou nas últimas décadas. Em 20 anos o aumento foi de 150%. Em 1994 eram 153 delegadas e 756 delegados.
Talita Soares faz parte do grupo que comanda a PC. Ela é policial há sete anos e já foi delegada em Vespasiano, em uma das regiões com alto índice de criminalidade da Grande BH. Há quase um ano ela faz parte da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil e é a única mulher em uma equipe de cerca de 150 homens. A delegada conta que, por ser mulher, ainda precisa provar que dá conta do recado.
— Eles esperam que a gente vai errar. Só de não errar, agir direito e mostrar nosso trabalho você tem sua equipe do seu lado.
A vereadora de Belo Horizonte Elaine Matozinhos (PTB) foi uma das primeiras mulheres a ingressar da Polícia Civil. Ela conta que a mudança quebrou tabus.
— Nós não entramos abrindo portas, nós entramos arrombando portas, porque não havia mulheres naquela época dentro da Secretaria de Segurança Pública.
A ex-policial fundou a primeira Delegacia da Mulher em Minas Gerais e 1985. A divisão tem 16 delgadas e 60% dos policiais são mulheres, incluse a chefe, Margaret Rocha.
Uma mulher também está no segundo maior cargo da Polícia Civil de Minas Gerais. Maria de Lurdes Camilli, ou “Doutora Camilli”, entrou para a polícia em 1984 e atualmente é chefe adjunta da Polícia Civil mineira. Ela exerce um trabalho asministrativo, mas lembra com saudade dos tempos de rua.
— Eu gosto de ter a adrenalina aguçada. Já atirei muito bem.
Além das mulheres que estão na chefia, há ainda na corporação 865 escrivãs, 813 investigadoras, 139 peritas e 37 médicas legistas.
R7
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