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Comandante da PM ofende delegados e promotores! Ouça o áudio!

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

SANTA CATARINA
Comandante da PM ofende delegados e promotores!

“Não sou subordinado à Polícia Civil”, disse o PM

SANTA CATARINA

{loadposition adsensenoticia}O jornalista Rafael Martini, da coluna Visor do Diário Catarinense, teve acesso a um áudio com a suposta voz do tenente-coronel Rogério Khumlen, comandante do 14º Batalhão da PM, em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina.

Segundo a apuração de Martini, a gravação feita por um celular registra um homem, que seria Khumlen, afirmando ser impossível o relacionamento entre a PM e a Polícia Civil. Ofende os delegados e promotores de Justiça da Comarca com termos impublicáveis e afirma ter rasgado um ofício que um delegado encaminhou a ele.

O homem da gravação também garante que tem “as costas quentes” asseguradas pelo comando geral da PM e até por um senador catarinense.

As declarações teriam sido captadas durante reuniões na sede do Batalhão. Khumlen não foi localizado e a assessoria de Comunicação da PM disse que iria apurar eventuais “exageros”.

Para os delegados, a declaração apenas mostra a verdadeira “face da PM”. A gravação surgiu um dia depois que a Associação dos Oficiais publicou no DC uma carta em que critica a postura da Polícia Civil.


ÁUDIO: “Falei o que tinha para falar”, diz comandante da PM que ofendeu delegados

O tenente-coronel Rogério Khumlen, comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar em Jaraguá do Sul e com 30 anos de corporação, comentou na manhã desta terça-feira a gravação onde supostamente aparece a sua voz ofendendo delegados e promotores da cidade. Rogério afirmou que ainda desconhecida a gravação, mas confirmou as declarações ao ser informado do conteúdo pela reportagem.

Clique aqui para ouvir o áudio com as

supostas declarações do policial militar

— Até hoje, desconhecia essa gravação. Mas se realmente for eu, falei o que tinha para falar — afirmou nesta manhã.

O caso foi divulgado pelo jornalista Rafael Martini, da coluna Visor do Diário Catarinense. O áudio teria sido gravado por meio de celular durante uma reunião na sede do Batalhão. Em tom nervoso, o comandante critica ações de delegados de Polícia Civil, juízes e promotores da cidade. E se recusa a seguir algumas determinações.

— E aquele documetozinho que o delegado mandou para mim, dizendo que eu tenho cinco dias para responder… Primeiro, não tenho nem obrigação de responder… Quer mais informações? Vai investigar. Quer uma cópia da ocorrência? Está aí. Sabe o que eles fazem? Pegam as informações da PM mastigadinhas para iniciar a investigação. Depois, vão na imprensa dizer que o trabalho é deles — disse numa parte da gravação.

Segundo Rogério, pela conteúdo, e se realmente for a sua voz, a indignação registrada no áudio teria ocorrido no início do ano, dias após uma reunião com delegados, juízes e promotores. No encontro, eles teriam determinado modificações nos trabalhos da PM em Jaraguá do Sul. Pediram modificações na forma de atender ocorrências e registrar as informações.

— Eu não admito que me deem ordens. Não sou subordinado à Polícia Civil. Não faço o que o delegado quer. Querem que eu faça o serviço deles. Pegaram o costume de mandar na Polícia Militar. Por isso, nem respondi os documentos enviados pedindo mudanças nos procedimentos. Tenho muitos amigos na Polícia Civil, mas isso é coisa de uma turma nova. Não admito isso (as determinações). Mas deixo bem claro que essa é minha postura, e não a postura de toda a corporação da Polícia Militar — desabafou na entrevista desta manhã.

Na gravação, o tenente-coronel afirma que recebeu o apoio do comando-geral da Polícia Militar sobre a postura adotada. Também citou uma conversa com o Senador Paulo Bauer.

— O comandante-geral me apoiou na minha postura. E o Bauer é meu amigo há anos. Trabalhamos juntos. Ele ficou sabendo do problema e me ligou. Mas em nenhum momento interferiu no assunto ou coisa do tipo — explicou.

Sobre a gravação e a divulgação do conteúdo do áudio, o comandante do 14º Batalhão afirmou que, se realmente aconteceu, ocorreu de forma ilegal e, provavelmente, por alguém descontente dentro do batalhão.

— Eu troco essas informações (como as registradas no áudio) com a tropa para mostrar justamente que delegados não iriam protegê-los. E, como a gente dorme com o inimigo, alguém deve ter gravado. Em vez de lavar a roupa suja em casa, preferiu divulgar. Se ele quis se abraçar com os delegados, fazer o quê? — finalizou.

Para se referir aos delegados e promotores no áudio, Rogério teria usado expressões de baixo calão.

— Se eu disse, deve ter sido um erro do momento. Mas responderei pelos meus atos sem problemas.

DIÁRIO CATARINENSE

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