SP: Suspeito de falsificação e uso de documento falso
Advogado de 39 anos foi preso em flagrante por estelionato, ontem à tarde, em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru), após sacar dinheiro em agência bancária relativo a processos sob investigação judicial. Conforme divulgado com exclusividade pelo JC, ele é investigado por suspeita de falsificação e uso de documento falso e, segundo o Ministério Público (MP), pode ter usado indevidamente nomes de mais de vinte pessoas para conseguir vantagens em dinheiro.
O advogado (que teve nome preservado por estar sob investigação) foi detido pela Polícia Militar (PM) após sacar R$ 1,5 mil relativo a três processos investigados pela Justiça em uma agência bancária que funciona nas dependências do Fórum de Lençóis Paulista. Conduzido à delegacia, foi autuado em flagrante pelo delegado Luiz Cláudio Massa por estelionato, sem direito à fiança, e ficou à disposição da Justiça.
A prisão foi acompanhada pelo promotor que apura o caso, Ricardo Takashima Kakuta. “Nós apreendemos documentos na financeira, demos continuidade às investigações e apuramos que ele faria o levantamento de algumas importâncias depositadas pelos bancos à título de honorários nesta data (ontem). Com auxílio da Polícia Militar (PM), surpreendemos ele depois que efetuou os saques dos valores”, conta.
“O exato momento em que ele recebe dinheiro é o momento em que ele obtém a vantagem ilícita. Ele dá o prejuízo para o banco e, ao mesmo tempo, obtém vantagem ilícita. É o momento em que ele consuma o crime de estelionato”. Segundo o promotor, as investigações prosseguem para apurar suposto envolvimento do advogado em ações fraudulentas.
As denúncias
O advogado, que é proprietário de uma financeira, é suspeito de ajuizar ações contra instituições bancárias em nomes de clientes da empresa, sem o conhecimento deles. Pelo menos seis pessoas procuraram o MP para denunciar o crime e, em dois casos, perícia feita pelo Instituto de Criminalística (IC) comprovou que assinaturas de procurações que autorizavam o advogado a ajuizar ações haviam sido falsificadas.
De acordo com o promotor, nas ações que motivaram a investigação, o advogado pleiteia junto a instituições financeiras a exibição de documentos, como contratos de financiamento e boletos de quitação, referentes aos empréstimos feitos por seus supostos clientes. O objetivo dos pedidos, ainda segundo Kakuta, seria o recebimento de honorários em caso de vitória judicial.
MP tenta levantar vítimas
Além de seis clientes da financeira que procuraram o MP para denunciar a conduta do advogado, documentos apreendidos na sede da empresa em julho com a autorização da Justiça revelaram a existência de outras vítimas e 15 pessoas já foram ouvidas na Promotoria. “Em todos os 15 casos, as pessoas desconheciam as ações”, conta o promotor Ricardo Takashima Kakuta. “Duas delas também suspeitam que as assinaturas foram falsificadas”. Em outubro, outras 20 pessoas foram intimadas para prestar depoimento.
JCNET
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