SP: O que está por trás da insegurança desenfreada que acomete as ruas
A Associação dos Delegados de Polícia e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo vêm a público denunciar a calamidade vivenciada pela Polícia Civil nas últimas décadas. As entidades, unidas, começam um ciclo de ações pontuais para alertar a população sobre o que está por trás da insegurança desenfreada que acomete as ruas de todo o estado.
Nessa quarta-feira, 24, as entidades veicularam junto ao jornal Metro News, o terceiro mais lido na capital, a primeira peça de uma campanha publicitária que questiona o completo descaso do governador Geraldo Alckmin frente ao sucateamento da Polícia Civil e, por consequência, da Segurança Pública.
A Polícia Civil é um dos pilares do combate à corrupção e à impunidade, uma vez que trata-se da polícia investigativa, ou seja, da polícia responsável pela resolução dos crimes que tanto assolam a população. O trabalho empenhado, em virtude disso, é realizado com pontualidade e estratégia, já que precisa ser exercido nos mínimos trâmites e detalhes previstos em Lei.
Para tanto, os investimentos na Polícia Civil são essenciais. Com o aumento crescente da população, a Instituição exige do Estado mais policiais, equipamentos e infraestrutura profissional. O crime, por sua vez, também encontrou novos meios e novos escopos de atuação, exigindo da Polícia uma resposta ainda ágil e eficiente.
O cenário, porém, é outro. A população aumenta, enquanto o número de policiais despenca ano após ano. A ausência de investimentos por parte do governo termina por sucatear toda a estrutura, o que pode ser evidenciado pelas condições sofríveis das delegacias em todo o estado. Os policiais são desvalorizados da mesma maneira, recebendo salários pífios, desrespeitosos e incompatíveis com a importância de suas funções junto à segurança do cidadão, mesmo em São Paulo, o estado mais rico da nação e o que mais arrecada.
O resultado disso é que, diariamente, delegados de polícia paulistas, após todo o custeio de seleção e formação, deixam seus cargos em busca de melhores condições em outros estados e outras carreiras. Os quadros ficam deficitários e quem sai prejudicada é a população, que sente crescer a sensação de insegurança e impunidade.
O reajuste anunciado por Geraldo Alckmin no começo de janeiro, convenientemente em ano de pleito, é meramente eleitoreiro. Ao anunciar um ‘aumento’ de 4% após quatro anos, o governador assume seu descaso com a Polícia Civil e seus policiais, em especial para com os delegados paulistas, que recebem os piores vencimentos de todo o país.
Apesar do desdém do governo, os policiais civis seguem cumprindo sua missão constitucional junto à população, graças à vocação e ao compromisso com uma sociedade mais justa e segura, cientes de que muito mais poderia ser feito, caso o governo tratasse a Polícia Civil com o respeito compatível com sua importância.
A ADPESP e o SINDPESP seguirão reunindo esforços e atuando de forma conjunta para esclarecer à população que a Polícia Civil vive um dos momentos mais críticos e decisivos de sua história, mas que seus policiais seguirão comprometidos com o cumprimento do dever. Ainda assim, permaneceremos vigilantes e atuantes para que a sociedade tome ciência da real emergência da Segurança Pública em São Paulo.
ADPESP e o SINDPESP
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