Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Sem cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Sem cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Sem cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Sem cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Sem cookies para exibir.

Início » Polícia Civil envelhecida: efetivo terá baixa de 85% com aposentadorias na Bahia

Polícia Civil envelhecida: efetivo terá baixa de 85% com aposentadorias na Bahia

por Editoria Delegados

BA: Dos 5.310 servidores, 4.546 já preenchem ou preencherão os requisitos daqui a cinco anos


De acordo com ofício Nº 094/2023 da Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Civil, encaminhado em 11 de maio deste ano ao Gabinete do Delegado-Geral (GDG), ao qual o CORREIO teve acesso, 764 delegados, investigadores e escrivães têm entre 25 e 44 anos (homens e mulheres). Os demais, 4.546, têm entre 45 e 74 anos.

“Antigamente, eram 30 anos de contribuição, por se tratar de atividade de risco. Com reforma da Previdência de 2020, passou a exigir também a idade, 56 para os homens e 52 para as mulheres. Porém, como a maioria desses colegas entram 1997 e averbaram o tempo de fora, ou seja, o período em que estavam no setor privado, eles completam o tempo de contribuição”, explicou o presidente do Sindpoc, Estácio Lopes.

Segundo ele, grande parte de quem está hoje na Polícia Civil passou nos concursos de 1974, 1982, 1992 e 1997. “Então, esses 85%, daqui a cinco anos, estarão aptos para se aposentar. Nós já temos uma polícia com idade avançada!”, declarou.

A situação no efetivo da PC foi também motivo de denúncia do juiz Waldir Viana, titular da Vara de Execuções Penais de Camaçari. Com exclusividade, o magistrado disse ao CORREIO que “ a Polícia Civil está sucateada”. Segundo ele, o baixo efetivo é a principal causa que trava o trabalho do Judiciário. Ele cita, como exemplo, a delegacia de homicídios do município, que conta com quatro agentes para apurar uma média de 200 assassinatos por ano.

Em abril de 2022, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/BA) apontou que o quadro funcional da polícia judiciária na Bahia não cumpria a Lei Estadual nº 11.370/2009 (Lei Orgânica da PC/BA), que determina o quantitativo de 8.933 servidores – o que indica um déficit de quase 40% no quadro atual. “Em maio do ano passado, a Polícia Civil nos informou que 1.047 policiais já preencheriam os requisitos de aposentadoria. De lá pra cá, em 13 meses, 135 já não trabalham mais nas unidades”, informou Estácio.

O concurso mais recente da categoria foi em julho do ano passado. De acordo com a PC, foram disponibilizadas 1.000 vagas imediatas, sendo 150 para delegado, 700 para investigador e 150 vagas para escrivão. No último dia 19, foram convocados mais 260 investigadores e 128 delegados do cadastro reserva. Um total de 1.388 futuros policiais civis. No entanto, segundo o Sindpoc, um acréscimo irrelevante. “Na verdade, o aumento do efetivo foi apenas de 341 servidores (1.388 – 1.047) do atual quadro de 5.310. A maioria vai entrar para substituir quem já saiu ou está saindo”, argumentou Lopes.

O sindicato diz que o número ideal é uma média de 11 mil servidores. “A gente precisa de concursos anuais com no mínimo 1 mil vagas, até 2028. A nossa avaliação é em cima das necessidades das delegacias, principalmente no interior do estado, do aumento da população baiana, que hoje chega a 15 milhões de habitantes, e pelos critérios da ONU”, pontuou Lopes. O número ideal de policiais recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de um para 250 habitantes.

A defasagem do número de policiais é preocupante para o professor Luís Lourenço, pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Crime e Sociedade (Lassos) da Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Se não recompõe o número defasado, com o passar do tempo, os policiais que estão na ativa vão envelhecendo. O problema que se pode ter com policiais a mais tempo em serviço decorre também da insalubridade do serviço policial. É um trabalho associado à síndrome de burnout (esgotamento físico), alto estresse, uma série de coisas. Então, a recomposição do efetivo tem que ter uma certa frequência, para que a gente não tenha policiais sobrecarregados e trabalhando há muito tempo”, disse.

A opinião é a mesma do também especialista em segurança pública, o professor de Direito Penal e Processo Penal René Silva Almeida. “É preciso novos profissionais para executarem o mesmo trabalho que são hoje realizados por pessoas que ingressaram há 20, 30 anos, para que se possa prestar um bom serviço à sociedade”, pontou Almeida.

A situação põe a categoria em risco. “Muitos estão doentes e também não têm a mesma agilidade de antes e que é imprescindível para desempenho da função. Recentemente, fizemos inspeção na Deam (Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher) de Brotas e neste dia, em toda a unidade, só havia três colegas, uma de 50, outra de 55 e a terceira de 66 anos. Se chega um grupo armado, elas teriam que chance?”, indagou o presidente do Sindpoc.

Em maio de 2019, o investigador Pedro Rodrigues do Carmo Filho, 63, foi dominado e morto com a própria arma. Ele estava num ônibus, às margens da rodovia BR-324, quando dois homens anunciaram o assalto. Para evitar um confronto, esperou a dupla terminar a ação. Depois, seguiu os dois a pé e disparou contra um dos criminosos, que faleceu no hospital. Já o comparsa conseguiu fugir para a mata, onde foi descoberto por Pedro. Foi quando a luta entre os dois teve início. “Ele agarrou o cara, mas não teve força para imobilizá-lo. O assaltante, que era um rapaz, conseguiu tomar de Pedro e atirou duas vezes”, contou Lopes.

Sem previsão

Em nota, a Polícia Civil disse que o quadro funcional atual é de 5.283 – 27 a menos que o quantitativo informado nos relatórios do GDG e TCE/BA.

A respeito da necessidade de concursos nos próximos cinco anos, a PC disse que não tem previsão. “Considerando que todas as etapas de um concurso público devem ser obedecidas, o tempo para início e encerramento de cada certame é indefinido, não sendo possível precisar quando será lançado o próximo edital”, diz nota enviada ao CORREIO. O posicionamento relata ainda que a PC tem o objetivo de atingir o número de servidos conforme Lei Orgânica da instituição.

Correio 24h

DELEGADOS.com.br
Portal Nacional dos Delegados & Revista da Defesa Social

você pode gostar