‘Máfia dos Concursos’: investigado foi preso e por pouco não assumiu cargo de delegado

(PB) Conhecido como "Baby 10", Luiz Paulo tem histórico extenso de participação em fraudes de concursos — suspeito de envolvimento em mais de 67 certames —, e também apontado como uma das figuras centrais da organização criminosa liderada pela família Limeira, alvo da operação deste ano

Por Editoria Delegados

Um dos alvos da investigação contra fraudes em concursos da Polícia Federal para desarticular um grupo criminoso familiar, da cidade de Patos, no Sertão da Paraíba, Luiz Paulo Silva dos Santos, também foi alvo de outra operação da polícia, em 2017, que mirou fraudes em concursos . Naquela oportunidade, a Operação Gabarito desarticulou um grupo que fraudou 98 certames em nível nacional.
Conhecido como “Baby 10”, Luiz Paulo tem histórico extenso de participação em fraudes de concursos — suspeito de envolvimento em mais de 67 certames —, e também apontado como uma das figuras centrais da organização criminosa liderada pela família Limeira, alvo da operação deste ano.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e apontou que o grupo cobrava até R$ 500 mil por vaga aos candidatos e usava tecnologia para burlar os sistemas de segurança das bancas, incluindo dublês, pontos eletrônicos implantados cirurgicamente e comunicação em tempo real durante as provas.
Em entrevista para a TV Cabo Branco, o delegado da Polícia Civil Lucas Sá, disse que o suspeito em questão era uma figura importante na organização desarticulada em 2017 e que chegou a ser aprovado em um concurso público da Polícia Civil de Pernambuco e, se não tivesse sido preso à época, teria assumido o cargo.
“Na época, ele foi aprovado para o cargo de delegado da Polícia Civil de Pernambuco. E na época da Operação Gabarito, ele, inclusive, estava avançando nas fases e se a gente não tivesse prendido ele, ele iria, para o curso de formação, seria nomeado delegado da Polícia Civil de Pernambuco”, ressaltou.
De acordo com o delegado, que foi um dos responsáveis pela operação na época, o fato de Luiz Paulo quase ter tomado posse como delegado de polícia era motivo de brincadeira dentro da organização criminosa, pois ele não tinha grau de instrução comprovado.
“Eles mesmo brincavam entre si: ‘imagina o baby 10 delegado’ e aí começavam a rir nas conversas entre eles. Por isso foi uma prisão muito importante na época, não só porque era uma pessoa importante da organização criminosa, mas para evitar que ele ingressasse na Polícia Civil de Pernambuco”, disse.
Entre os papéis exercidos por Luiz Paulo naquela organização criminosa, estava a ida dele para os locais da prova dos concursos, para se passar por um candidato. Ele era incumbido de fotografar a prova e mandar as imagens para um “quartel-general” que resolvia as questões e mandava o resultado para os candidatos com equipamentos eletrônicos.
“Muitas vezes ele se passava por candidatos, usava um documento falso em nome daquele candidato, ia aos locais de prova, fotografava a imagem da prova, muitas vezes em tempo real, mandava para o quartel-geral para que fossem solucionadas as questões e depois transmitido o gabarito”, explicou.
O desmantelamento do grupo criminoso começou após denúncias de fraude no concurso do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Após meses de investigação, 19 pessoas, incluindo o Luiz Paulo, foram presas. O “quartel-general” da organização era em João Pessoa.
Quem é quem em família de Patos, no Sertão da PB, investigada por fraudes em concursos públicos
Entenda esquema de fraudes em concursos públicos que envolve família de Patos/PB.
A Polícia Federal descobriu um esquema de fraudes em concursos públicos liderado por uma família de Patos, no Sertão, que cobrava até R$ 500 mil por vaga. Na semana passada, uma operação da PF cumpriu mandados de busca e apreensão, além de prender o líder do grupo, para desarticular a organização. Luiz Paulo também era integrante dessas fraudes, segundo a polícia.
O grupo usava tecnologia para burlar os sistemas de segurança das bancas, incluindo dublês, pontos eletrônicos implantados cirurgicamente e comunicação em tempo real durante as provas.
Os valores exigidos variavam conforme o cargo e o grau de dificuldade do concurso e, além de dinheiro vivo, o grupo aceitava pagamentos em ouro, veículos e até procedimentos odontológicos como forma de quitar a propina, segundo a investigação.
A investigação indica que os crimes já aconteciam há mais de uma década. Durante todo o período, o grupo teria vendido aprovações, corrompido agentes de fiscalização e utilizado mecanismos sofisticados de fraude e falsificação para garantir cargos de alto escalão.
Segundo a PF, as fraudes alcançaram concursos da Polícia Federal, Caixa Econômica Federal, Polícias Civil e Militar, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Banco do Brasil e até o Concurso Nacional Unificado (CNU).
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