Na madrugada deste sábado (20), agentes da polícia detiveram Rafael Marcell Dias Simões, de 42 anos, apontado como o terceiro suspeito de envolvimento na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. A prisão ocorreu em São Vicente, litoral sul de São Paulo. Simões é o sexto nome identificado no inquérito que apura a ação criminosa.
A Justiça paulista havia expedido a ordem de prisão temporária na sexta-feira (20). Já estão sob custódia Dahesly Oliveira Pires, investigada por transportar um dos fuzis utilizados no homicídio de Praia Grande até a capital, e Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”, apontado como responsável pelo suporte logístico da empreitada delituosa.
Três outros alvos seguem com mandados de prisão em aberto. As identidades e funções exercidas por cada um no esquema foram detalhadas durante coletiva de imprensa promovida pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), na última quinta-feira (18).
Seis suspeitos envolvidos na execução do delegado Ruy Ferraz
Perfil dos envolvidos:
Autores da execução
Segundo informações da SSP-SP, divulgadas na coletiva, Flavio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva — conhecido no PCC como “Mascherano” — são os principais suspeitos pela execução de Ruy Ferraz Fontes.
Um dos envolvidos possui extensa ficha criminal. A ação, conforme relatado pela polícia, foi realizada com elevado grau de sofisticação tática, utilizando armamento de grosso calibre e fuga planejada com veículo posteriormente incendiado.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou categoricamente: “não resta dúvida de que o PCC está envolvido” no homicídio do ex-dirigente da Polícia Civil.
Prisão feminina
Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, foi detida no 6º Distrito Policial (Cambuci) na quinta-feira (18), suspeita de ter transportado, em uma sacola, o armamento utilizado no assassinato até um comparsa na região do ABC Paulista.
Ela já havia sido levada ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde de quarta-feira (17) para prestar depoimento. Após a oitiva, a autoridade policial solicitou a prisão temporária, deferida pelo Judiciário.
De acordo com a apuração da CNN, Dahesly possui antecedente por tráfico de entorpecentes. Em sua defesa, ela alegou desconhecer o conteúdo da bagagem transportada, versão que não foi acolhida pelos investigadores.
Em publicação nas redes sociais, o secretário Guilherme Derrite comentou: “Temos a primeira prisão relacionada ao assassinato do Dr Ruy. Trata-se de uma mulher de 25 anos, presa temporariamente, responsável por levar da Praia Grande para a região do ABC um dos fuzis usados no crime. A polícia segue trabalhando para prender todos os envolvidos.”
Quarto envolvido
A Justiça decretou na quinta-feira (18) a prisão temporária de Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, suspeito de participar do transporte da arma utilizada no crime. A decisão judicial foi anunciada oficialmente pelo Tribunal paulista.
Segundo consta no documento judicial, Dahesly Oliveira informou ter recebido o pagamento via Pix por realizar o transporte, com a transferência sendo feita a partir de uma conta bancária em nome de uma criança de 10 anos, filho de Luiz Antônio.
A prisão foi considerada essencial para evitar evasão e preservar a integridade das investigações em andamento. A medida terá validade inicial de 30 dias.
Ele também é apontado como o condutor anterior do veículo empregado no assassinato.
“Fofão”
Luiz Henrique Santos Batista, vulgo “Fofão”, integrante do PCC, foi detido na sexta-feira (19) no litoral de São Paulo, acusado de colaborar com a logística do atentado.
Embora não esteja entre os executores diretos, as investigações indicam que “Fofão” tinha pleno conhecimento da trama e auxiliou no planejamento operacional da execução. As autoridades seguem em diligência para capturar os demais foragidos, entre eles Felipe Avelino da Silva, o “Mascherano”, que exerce função disciplinar na facção criminosa.
Contexto da morte do ex-delegado
Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, ex-comandante da Polícia Civil de São Paulo, foi executado em Praia Grande (SP), na segunda-feira (15). O crime mobilizou operações policiais de grande escala e causou ampla repercussão por seu histórico de enfrentamento ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O secretário-executivo da Segurança Pública, Osvaldo Nico, declarou que Fontes estava “sendo procurado, caçado”. O governador Tarcísio de Freitas classificou o homicídio como “covarde”, enquanto o promotor Lincoln Gakiya o descreveu como “bárbaro”.
Perfil do ex-delegado
Ruy Ferraz Fontes era reconhecido por seu papel decisivo no combate ao PCC, tendo sido um dos primeiros a mapear a estrutura da facção e responsável pela formalização de acusações contra a alta cúpula da organização, incluindo Marcola, no ano de 2006.
Desde aquele período, era alvo de ameaça de morte por parte do grupo criminoso. Após sofrer um assalto em 2023, revelou receio pela própria segurança, afirmando: “Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro”.
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