A delegada Raquel Gallinati pediu exoneração do cargo de Secretária de Segurança Pública de Santos, no litoral paulista, em maio deste ano, após sofrer ameaças de morte e violência sexual, por conta da sua atuação nas forças de segurança.
A agente de segurança, que é diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil, disse que teve sua rotina pessoal e profissional exposta nas redes sociais por um vereador do município.
Segundo Gallinati, ela não sabe por qual razão, o vereador expôs dados sigilosos de seu dia a dia. As informações foram acessadas por meio de um sistema restrito à polícia, o que configura violação legal e de segurança. O caso está atualmente sob investigação formal em inquérito policial.
A delegada afirma que apenas um policial poderia ter acesso legítimo ao sistema utilizado para monitorá-la durante quase oito meses.
A conduta do vereador está sendo apurada como crime de violação de sigilo funcional e abuso de autoridade. A exposição incluiu locais que frequentava, horários de deslocamento e até seu endereço residencial.
Medidas de segurança não foram suficientes
Apesar de contar com escolta da Guarda Municipal e de ter providenciado um carro blindado por conta própria, Raquel afirmou que os recursos não garantiam proteção suficiente, especialmente porque o risco se estendia também a funcionários da prefeitura, guardas, amigos e familiares: “Eu não podia colocar em risco a vida de todos ao meu redor. Não era apenas a minha segurança, era a de todo o meu entorno”, disse a ex-secretária.
Ligação com o caso Ruy Ferraz Fontes
A exoneração ocorreu três meses antes da execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil paulista Ruy Ferraz Fontes, assassinado na última segunda-feira (15), em Praia Grande.
Ambos integravam os quadros da segurança pública do estado, e o clima de tensão e insegurança já era evidente nos bastidores da polícia.
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