Extremoz (RN) – Uma megaoperação policial na Região Metropolitana de Natal resultou na morte do criminoso mais procurado do Rio Grande do Norte e marcou o maior confronto armado já registrado no estado, durando 22 horas.
O alvo da operação
O suspeito era Marcelo Johnny Viana Bastos, 32 anos, identificado como líder do grupo criminoso Novo Cangaço, dissidência do Sindicato do Crime com atuação em todo o território potiguar e em outros estados, como Pernambuco e Paraíba. Conhecido como “Marcelo Pica-Pau”, ele estava na lista dos mais procurados desde maio de 2025.
Segundo a polícia, o criminoso vinha sendo monitorado, mas escapava das ações de captura. Em 27 de julho, mais de cem agentes cercaram uma residência alugada no bairro Porta do Sol, onde ele se escondia. “Havia mais policiais do que moradores na rua”, relatou um vizinho.
Intensidade do confronto
Todos os cômodos do imóvel ficaram marcados por disparos, e imagens exibidas pelo Fantástico mostraram a destruição provocada pelos mais de 3 mil tiros. Seis policiais ficaram feridos e receberam atendimento médico, sem risco de morte.
O delegado Joacir Lucena da Rocha afirmou que a operação, apesar de não eliminar a facção, desestruturou momentaneamente suas atividades. A equipe foi recebida com rajadas de fuzil e uso de explosivos. Na tentativa de negociação, a irmã do acusado foi levada ao local para convencê-lo a se render, mas ele manteve o tiroteio.
Desfecho e mortes
Após quase um dia de troca de tiros, Marcelo Pica-Pau foi morto. Também perderam a vida sua companheira, Jamile Xavier da Silva, 19 anos, um cúmplice e Cláudio Ferreira dos Santos, conhecido como “Bode-Rouco”.
As investigações apontam que o líder pretendia expandir a facção, recrutando novos integrantes. Ele respondia por homicídios, roubos a bancos e veículos de luxo, além de outros crimes. Em um único mês, teria participado de 14 assassinatos, incluindo a morte de uma jovem durante tentativa de assalto em junho do ano anterior.
Medo entre os moradores
Durante a ação, vizinhos se abrigaram dentro de casa para evitar balas perdidas. “Ficamos deitados no chão, entre a cômoda e a cama”, relatou Cíntia de Souza, moradora em frente ao local do confronto.
DELEGADOS
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