A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) cumpriu nesta quinta-feira (8) 1 mandado de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão contra criminosos envolvidos em diversos assassinatos na capital fluminense ligados ao jogo do bicho. Entre os alvos estão 13 policiais militares.
Até as 8h30, quatro pessoas haviam sido presas em flagrante. Os PMs Thiago Alves Benício e Walter Eduardo de Souza Silva, o oficial da Marinha Tiago Maurício Ribeiro e Arthur Cássio Siqueira Leite.
Segundo a polícia, entre as execuções do grupo está a do empresário Antônio Gaspazianni Chaves, dono do Bar Parada Obrigatória, em Vila Isabel, na Zona Norte, em junho, e a do advogado Rodrigo Marinho Crespo, assassinato a tiros a luz do dia nas proximidades da OAB-Rio, no Centro do Rio.
O principal alvo desta quinta era Ryan Patrick Barboza de Oliveira, de 23 anos. O homem foi preso preventivamente na Baixada Fluminense.
De acordo com as investigações, Ryan foi o responsável por monitorar, repassar informações sobre a rotina de Antônio Gaspazianni e dar o sinal para que os assassinos executassem o empresário.
Segundo a polícia, Gaspazianni foi morto porque desviou dinheiro das máquinas caça-níqueis que possuía em seus bares.
O Bar Parada Obrigatória já foi palco de uma disputa entre 2 bicheiros no Rio: Adilson Oliveira Coutinho, o Adilsinho, e Bernardo Bello.
Por sua vez, as investigações apontam que a morte do advogado Rodrigo Crespo, em fevereiro deste ano, foi motivada por razão torpe, “demonstrando força e poder, uma vez que a atuação profissional da vítima, como advogado, estava incomodando interesses ilícitos de uma organização criminosa ativa, envolvida, entre outras atividades, na exploração de jogos de apostas online”.
Durante a operação desta quinta, os agentes também cumprem mandados de busca e apreensão, expedido pela 1ª Vara Criminal da Capital, contra policiais militares que estão envolvidos na morte do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e de seu segurança, Alexsandro José da Silva, em novembro de 2022.
Segundo a polícia, os alvos dos mandados são integrantes de uma organização criminosa que comercializa cigarros e jogos de azar.
Alvo da Operação Fim da Linha monitorado para ser morto
Durante as investigações da Polícia Civil, os agentes descobriram que, em 2023, o bando monitorou um homem para que, ao que tudo indica, ser morto na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
A polícia descobriu que o homem foi um dos alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada pela Polícia Federal, em 2022, contra a “máfia do jogo do bicho”. Não se sabe o motivo do grupo ter desistido de mata-lo.
Segundo as investigações, Cezar Daniel Mondego de Souza, o policial militar Leandro Machado da Silva e Ryan Patrick foram os responsáveis por levantarem informações para que o homem fosse assassinado.
Cezar Daniel e Leandro Machado estão presos pelo envolvimento na morte do advogado Rodrigo Crespo.
A defesa de Ryan Patrick informou que não irá se pronunciar neste momento. Por sua vez, os advogados de Thiago Alves, Walter Eduardo Tiago Maurício e Arthur Cássio disseram que só vão se posicionar depois que analisarem as acusações.
A Polícia Militar disse que os 13 PMs envolvidos com o jogo do bicho e que são investigados pela Polícia Civil vão responder a procedimentos administrativos disciplinares, que podem resultar na exclusão dos militares das fileiras da corporação.
Segundo a PM, a instituição condena qualquer cometimento de crime realizado por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.
A Marinha ainda não se posicionou sobre o caso.
g1
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