Operação Porta Fechada aponta que prefeito entrou em desacordo com fraudador de concursos públicos
A Operação Porta Fechada, da Polícia Civil de Goiás, que mira fraude em concursos públicos, acertou o prefeito de uma cidade de três mil habitantes, no interior do Estado, a 170 quilômetros da capital Goiânia.
O chefe do Executivo de Urutaí, Dr. Ailton (PR), é suspeito de comprar vaga em um concurso de delegado para a mulher dele.
Segundo a investigação, no dia da prova subjetiva, na segunda fase do certame, um dos vendedores de vagas entrou em contato com o prefeito e pediu a outra metade do pagamento. O valor deveria ser pago antes mesmo da realização do teste.
O prefeito teria se negado a pagar. A mulher dele, então, não passou no concurso.
A investigação indica que o prefeito quis de volta o dinheiro que já havia sido pago ao vendedor de vagas. O aliciador, então, deu a ele uma casa adquirida de outro investigado que havia comprado uma vaga para o filho no Enem 2016.
A terceira fase ostensiva da operação foi deflagrada na segunda-feira, 30, contra oito alvos. Todos suspeitos de fraudar concursos.
Nesta etapa da investigação, a Polícia se debruçou sobre o concurso de delegado. A Porta Fechada aponta que os treze primeiros colocados na prova objetiva foram aprovados mediante a compra de suas vagas.
Segundo a Polícia, o esquema consistiu na entrega das folhas respostas em branco ou com apenas poucas questões preenchidas, sendo que no dia seguinte à aplicação da prova um funcionário do Cebraspe (antigo CESPE) subtraiu os cartões respostas, os preencheu indevidamente no período noturno, quando já era possível acessar os gabaritos na área do candidato, e os devolveu posteriormente para digitalização e conferência de erros e acertos.
A reportagem tentou contato por e-mail, telefone e mensagens de texto por uma semana com o prefeito Dr. Ailton e com a secretaria de Comunicação da Prefeitura de Urutaí. Nesta quinta-feira, 9, um secretário identificado como ‘Anicelson’ informou que não poderia passar os contatos do prefeito e também não poderia levar a demanda ao chefe do Executivo de Urutaí, pois este é um assunto pessoal.
Estadão
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