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Polícia Civil indicia por seis crimes cirurgião plástico do RS suspeito de abusar pacientes, diz delegada

por Editoria Delegados

Klaus Brodbeck está preso e deve responder por importunação sexual, assédio sexual, estupro, estupro de vulnerável, coação no curso do processo e violação sexual mediante fraude. Mais de 100 mulheres denunciaram o médico à polícia.

 
O cirurgião plástico Klaus Brodbeck, investigado por 127 casos de abuso sexual pela Polícia Civil, foi indiciado por seis crimes. A informação foi confirmada ao G1 pela delegada Jeiselaure Rocha, responsável pela investigação, nesta quinta-feira (12).

Os 10 inquéritos finalizados pela Polícia Civil, com 21 vítimas foram entregues à Justiça ainda nesta quinta. O médico responderá por importunação sexual, assédio sexual, estupro, estupro de vulnerável, coação no curso do processo e violação sexual mediante fraude.

O advogado do médico “nega qualquer delito e hoje a principal preocupação da defesa é que ele possa responder em liberdade”. Veja nota abaixo.

A delegada ainda informou que um dos laudos de uma das mulheres que denunciou o médico por estrupo de vulnerável, já que ela teria sido abusada enquanto estava sedada, teve resultado negativo. O material encontrado é do marido dela.

“Nós fizemos uma avaliação bem criteriosa, foram analisados vários perfis genéticos, inclusive da equipe que acompanhava o médico aquele dia. Mulheres de vida adulta, principalmente quando são e têm vida sexual ativa, pode acontecer dos perfis genéticos ficarem prejudicados. Isso, de forma alguma, descarta o fato de que ela foi vítima de violência sexual no momento em que foi fazer o procedimento estético, porque ela relata. Isto está comprovado de uma forma muito clara, que ela ficou trancada numa sala com o médico, foi tocada nas suas partes íntimas, foi puxada para o colo dele”, explica.

A namorada dele também será indiciada por ameaça e coação no curso do processo. Segundo a delegada, ela interferiu nas investigações e ameaçou pacientes que denunciaram o médico.

Brodbeck está preso preventivamente desde 16 de junho. Em depoimentos prestados à polícia, o médico negou as denúncias.

O médico Klaus Wietzke Brodbeck é um cirurgião plástico, com registro profissional obtido em 1990, que atende em Porto Alegre. Mais de 100 mulheres denunciaram ocorrências de abuso sexual à polícia, que investiga o caso.

As mulheres são de diversas regiões do Rio Grande do Sul e de outros estados do Brasil, como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Quando a investigação iniciou, 12 casos eram de conhecimento da polícia. O número se multiplicou após a divulgação do inquérito. No dia 13 de julho, policiais foram a dois endereços ligados ao médico e o convocaram para depor.

Brodbeck negou as denúncias em depoimentos. Seu advogado, Gustavo Nagelstein, afirma que uma das denunciantes teria cometido uma extorsão contra Klaus, há alguns anos.

A 2ª Vara Criminal de Porto Alegre expediu mandado de prisão preventiva contra o médico, que foi localizado no dia 16 de julho em Gramado, na Serra. Ele foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, no sábado (17).

A corregedoria do Cremers apura das denúncias. Segundo o Conselho, ele sofreu interdição cautelar total e temporária, ou seja, não pode exercer a profissão pelo período em que isto estiver valendo.

A namorada do médico, que teria ameaçado mulheres que denunciaram Brodbeck, é investigada pelos crimes de difamação, calúnia, coação no curso do processo, injúria simples, injúria em face de funcionário público e ameaça.

 
Nota da defesa de Klaus Brodbeck:

“O Dr. Klaus prestou depoimento hoje, começou 10h e terminou 14h. Quanto aos indiciamentos, a defesa reforça que o médico ainda não foi denunciado. Sobre o processo de estupro de vulnerável, o inquérito já foi finalizado e o resultado foi negativo, já que o sêmen encontrado na suposta vítima era do companheiro dela. A defesa ressalta ainda que uma das supostas vítimas é uma pessoa que teve um relacionamento amoroso com o Dr. Klaus, essa mulher teria gravado vídeos e usado para tentar extorquir o médico, com a ajuda de um presidiário. É muito duvidoso que o Dr. Klaus tenha abusado destas mulheres e ela tenham continuado frequentando o consultório para fazer procedimentos. A maioria das denunciantes fizeram procedimentos, tiverem problemas de rejeição, saíram insatisfeitas com o procedimento e ingressaram com ações indenizatórias contra o médico, entre 2014 e 2015, mas não mencionaram atos de abuso. Existe um grupo de mulheres no Instagram, onde a defesa acredita que elas tenham conversado e combinado os depoimentos, já que eles seguiram a mesma linha. O Dr. Klaus nega qualquer delito e hoje a principal preocupação da defesa é que ele possa responder em liberdade, já que possui uma diabetes severa que por duas vezes já lhe causou problemas na visão. Sobre a Amanda, companheira do médico, a defesa diz que ela está sofrendo uma ação, mas a intenção dela era preservar ele, foi na emoção. Ela se exaltou, mas não tinha intenção de ameaçar ou atentar contra a vida de alguém, teve a intenção de defender o Klaus.”

 

G1

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