“Se não fosse o delegado, meu filho ficaria sem o remédio”, diz o pai da criança. Ele conta que ele (pai) e a mulher levaram o filho de três anos na UBDS Norte na tarde de domingo (17) porque o menino estava com dor de garganta e febre alta.
“Depois do atendimento, minha mulher entrou na fila para pegar o remédio e a mulher da farmácia afirmou que a senha havia acabado e que não iria nos fornecer o medicamento”, diz Ivo. Ele diz que ainda faltavam 20 minutos para a farmácia fechar. A Secretaria da Saúde diz que a farmácia já estava fechada.
Ivo conta que ficou nervoso ao ver a farmácia ser fechada e o filho ficar sem o remédio. Irritado, ele teria batido com capacete no vidro da farmácia e em um computador. Os funcionários da UBDS acionaram a Polícia Militar para resolver o desentendimento.
“Eles chegaram e ficaram 40 minutos conversando. Os policiais pediam para ela dar o remédio e a gerente dizia que não tinha a chave da farmácia para passar o medicamento”, conta o pai.
Para resolver o problema, todos foram levados ao 1º Distrito Policial, onde o delegado Luiz Geraldo Dias registrou dois boletins de ocorrência: um pela não entrega dos remédios e outra de lesão corporal dolosa, porque os guardas civis municipais alegaram que Ivo havia mordido um deles. O pai da criança nega a agressão.
Urgência
Consta no B.O., que os policiais militares informaram no DP que a família necessitava urgentemente do remédio, pois a criança estava com febre altíssima e infecção de garganta.
Quem resolveu o problema foi Dias, que conseguiu o medicamento na UBDS Central.
“No fim, deu tudo certo porque o delegado pegou o telefone e ligou no Pronto Socorro Central e fomos lá pegar os remédios”, diz Ivo.
Dias também anexou aos boletins de ocorrência, um ofício em que pede ao secretário de Saúde, Stênio Miranda, que apure a omissão de atendimento por parte de funcionários da farmácia da UBDS Norte.
Prefeitura diz que local já estava fechado
A assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde afirma que quando o atendimento da criança foi concluído, a farmácia já estava fechada e, como o medicamento não era de urgência, a família foi orientada a voltar no dia seguinte para buscar o remédio.
A nota diz ainda que o pai da criança não aceitou o fato e promoveu desordem na unidade chegando inclusive a morder o guarda civil municipal que fazia a segurança no local.
Segundo a assessoria, a Polícia Militar foi acionada e queria que a equipe de enfermagem abrisse a farmácia para pegar o medicamento e um policial chegou, inclusive, a entrar em área restrita à equipe médica, sem a prévia autorização.
A Saúde informa que lamenta a atitude do delegado Luiz Geraldo Dias que adotou a postura de só ouvir uma das partes, pois não queria registrar o Boletim de Ocorrência com os fatos relatados pela equipe da UBDS. Segundo a assessoria, ele só solicitou exame de corpo de delito porque o guarda municipal estava sangrando pela mordida do pai da criança.
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