Cada ano que se sucede, a degeneração do padrão de valores e de amoralidade de parcela considerável da sociedade brasileira ganha força e influência crescente no ideário individual e coletivo de inúmeros segmentos.
A vanglória da ignorância, da burla qualificada de normas, o desrespeito a instituições encarregadas da defesa social e a idolatria do crime e da malandragem – agora definidas com máximo alcance nas mídias sociais – são os alicerces de milhões de brasileiros que detestam ler, odeiam o estudo e rebaixam a sabedoria e conhecimento embasado.
Atacar instituições policiais para defesa fanática de investigados por crimes de grave repercussão social se torna a evidência de uma distopia crescente na sociedade brasileira.
Ser otimista acreditando que Deus irá resolver tudo quando sequer se aplica o respeito básico às vítimas lesionadas em crimes econômicos demonstra como invocar o místico é a escatologia padrão dessa parcela de brasileiros que valoriza o padrão criminoso de ser.
Para milhões de brasileiros, idolatrar Machado de Assis, Mario Quintana, Carlos Lattes, Darcy Ribeiro ou Maria da Penha é um exercício utópico e absolutamente impossível – pois o valor do conhecimento e da transformação social qualitativa para a Nação que estes expoentes e tantos outros em nossa história legaram corre o risco de cair no esquecimento e desprezo.
Não adianta criticar a parte podre da classe política pura e simplesmente; esta reproduz os sentimentos e a mentalidade subjacente em milhões de indivíduos absortos no que há de pior em comportamento e atitude como cidadãos.
Pagamos o preço do descrédito da educação e da normalização do ilícito e amoral neste país.
As consequências futuras serão graves e piores na segurança pública e no desenvolvimento do país caso esses milhões de brasileiros amantes da transgressão de tornem maioria e não sejam contidos por informação pedagógica e máxima educação de qualidade em todos os âmbitos.
O alerta está feito. As páginas das mídias expõem o nível de podridão de idólatras do crime.
Sobre o autor
Rodolfo Queiroz Laterza é Presidente da Adepol do Brasil, Mestre em Segurança Pública.
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