O mordomo do papa Bento XVI foi preso nesta sexta-feira como parte de uma investigação sobre o vazamento de documentos confidenciais, alguns deles denunciando clientelismo e corrupção nos contratos do Vaticano, informou uma autoridade de alto escalão do Vaticano. O escândalo, que ficou conhecido como “VatiLeaks”, envolve o vazamento de uma série de documentos para a mídia italiana em janeiro e fevereiro, incluindo cartas pessoais enviadas ao Papa.
Alguns documentos envolvem acusações de corrupção, má administração e clientelismo na concessão de contratos para trabalhos no Vaticano e desacordos internos no gerenciamento do Banco do Vaticano. Na quinta-feira, o presidente do banco, Ettore Gotti Tedeschi, foi demitido.
O porta-voz do Vaticano disse mais cedo nesta sexta-feira que uma pessoa de posse de documentos confidenciais havia sido presa, mas que eles não podiam divulgar o cargo nem a identidade dele até receberem permissão dos investigadores do Vaticano. Uma fonte do Vaticano confirmou as notícias da mídia italiana de que a pessoa presa era o mordomo. “É tudo muito triste”, disse outra fonte do Vaticano, comentando o mais recente em uma série de constrangimentos para o Vaticano.
O mordomo do Papa trabalha nos apartamentos do Palácio Apostólico, servindo as mesas papais, entregando rosários aos dignitários em visita e sentando na cadeira da frente do papamóvel nas audiências papais. Como um integrante do círculo íntimo de funcionários papais, ele fica a par das movimentações das salas mais reservadas e particulares do Vaticano.
A mídia italiana noticiou que os investigadores descobriram documentos no apartamento dele. Espantado e entristecido com os vazamentos, o Papa determinou várias investigações, incluindo uma chefiada pela polícia do Vaticano e outra por uma comissão de cardeais.
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