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Governador do Rio, Luiz Pezão, é preso pela PF!

por Editoria Delegados

RJ: preso por volta das 6h desta quinta-feira (29)


O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), 63, foi preso por volta das 6h desta quinta-feira (29) em operação da PF (Polícia Federal) dentro do Palácio das Laranjeiras, sede do governo fluminense. O mandado foi expedido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob a relatoria do ministro Félix Fischer, em nova fase da Operação Lava Jato. Pezão chegou à sede da PF na capital fluminense às 7h50. Até as 9h50 desta quinta, foram presos ao todo sete suspeitos.

O vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PP), assumirá o governo do estado, segundo a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara. Dornelles já havia assumido o cargo em 2016, quando Pezão se afastou do cargo para tratar um câncer.

O pedido de prisão preventiva –sem prazo– foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. De acordo com as investigações, “o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro”.

O governador foi alvo de um dos nove mandados de prisão preventiva. A PF também cumpriu outros 30 de busca e apreensão dentro da operação “Boca de Lobo” no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Pezão teria recebido mais de R$ 25 milhões entre 2007 e 2015, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República). O valor –que, corrigido pela inflação, passa de R$ 39 milhões seria incompatível com o patrimônio declarado pelo governador à Receita. A PGR pediu o sequestro de R$ 39 milhões de bens de Pezão.

Para a PGR, solto, “Pezão poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa”

Ao solicitar a prisão do governador, a procuradora-geral mencionou que Pezão foi secretário de Obras e vice-governador de Sérgio Cabral (MDB) entre 2007 e 2014, “período em que já foram comprovadas práticas criminosas”. Cabral está preso desde 2016.

Dodge, porém, aponta que haveria uma nova descoberta: Pezão teria operado um “esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros”.

Além de suceder Cabral na liderança do esquema criminoso, “Pezão deu suporte político aos demais membros da organização que estão abaixo dele na estrutura do poder público e, para tanto, recebeu valores vultosos, desviados dos cofres públicos e que foram objeto de posterior lavagem”, disse Dodge no pedido ao STJ.

As investigações se baseiam em delação do economista Carlos Miranda, ex-operador financeiro de Cabral, homologada no ano passado.

O atual governador tem sido citado nas investigações sobre Cabral desde 2017, apelidado de “Big foot” [Pé Grande, em inglês] e “Pé” em anotações sobre as supostas propinas. Pezão, porém, sempre negou as citações. O UOL não conseguiu contato com a defesa dele.

Segundo a PF, o nome da operação, “Boca de Lobo” –presente em vias pública para escoar água de chuva– faz alusão aos “desvios de recursos, revelados nas diversas fases da Operação Lava Jato, que causa a sensação na sociedade de que o dinheiro público vem escorrendo para o esgoto”.

Além do mandado de prisão contra Pezão, foram expedidos outros oito mandados de prisão preventiva:

A reportagem entrou em contato com os advogados de Luis Fernando Craveiro de Amorim e César Augusto Craveiro de Amorim, sócios da High Control Luis, por telefone e por e-mail, e aguarda posicionamento. O UOL também entrou em contato com a J.R.O Pavimentação para localizar as defesas de Cláudio Fernandes Vidal e Luiz Alberto Gomes Gonçalves. A empresa não informou o telefone de advogados nem da assessoria de imprensa e pediu que a reportagem ligasse mais tarde. A defesa de Marcelo Santos Amorim ainda não foi localizada.

Pezão é o quatro governador do Rio de Janeiro preso e o primeiro em cumprimento do mandato Cabral e o casal Anthony e Rosinha Garotinho são os outros três. Também foram detidos, anteriormente, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (MDB), e vários parlamentares da Casa.

Por meio de sua assessoria, o governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse confiar na Justiça e “na condução dos trabalhos pelo STJ e pela Polícia Federal”. Afirmou ainda que “a transição não será afetada” e que a “a equipe do governador eleito seguirá trabalhando para mudar e reconstruir o Rio de Janeiro”.

UOL

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