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Filho esfaqueia pai após receber repreensão

por Editoria Delegados

 

 

“Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Esse trecho da oração do “Pai Nosso” ilustra bem os dois crimes, um assalto à mão armada e uma tentativa de homicídio, que ocorreram ontem no bairro do Telégrafo, marcados por intolerância e contradição.

 

Jair dos Santos Barros, 29 anos, teria chegado embriagado durante a madrugada na casa do pai, que não aceita esse tipo de comportamento do filho. Após uma briga onde um teria puxado uma arma para o outro, o filho esfaqueou o pai. Então uma irmã de Jair, que não mora na mesma residência que os dois, foi acionada para tentar apaziguar os ânimos. Entretanto, no caminho até o local, na passagem São João, Telégrafo, ela teria sido assaltada por Alison Luiz da Silva Lima, 19 anos.

A polícia conseguiu prender os dois, tanto o suspeito de assalto quanto o suspeito de tentar matar o próprio progenitor, que devido ao ferimento foi levado ao Pronto-Socorro da 14 de Março. Ambos foram encaminhados à Seccional de São Brás, mas tiveram de ficar separados sob o risco de que os dois pudessem se matar na mesma cela. É que Jair, ao saber que Alison havia assaltado a própria irmã, ficou revoltado. Mas pouco se importava se o pai estava ou não morto após esfaqueá-lo.

 

“Eu não quero nem saber. Pai que vem para cima do filho com um terçado não é pai”, esbravejava Jair, visivelmente sob efeito de drogas. Ele confessou ao DIÁRIO que já cumpriu pena por roubo, mas mesmo assim prometia matar Alison, que teria cometido o mesmo crime que ele outrora cometeu. “Agora eu vou pegar esse aí [Alison, o suposto ladrão]. Vou acertar minhas contas com ele lá na cela”, ameaçava. “Pode vir. Pensa que eu tenho medo de ti?”, respondia Alison, também visivelmente drogado.

 

Enquanto colhia o depoimento de Alison, a vítima do assalto chegou do pronto-socorro ao lado da polícia, com a notícia de que o pai havia perdoado o filho e desistido de registrar queixa. A facada acabou não causando ferimentos graves no senhor, que preferiu não envolver a polícia na briga familiar. Dessa forma, o pai perdoou o filho que tentou esfaqueá-lo, que por sua vez não perdoou o “colega” assaltante, que, por se permitir ‘cair em tentação’, foi autuado em flagrante por roubo. “Eu estava porre, por isso que assaltei”, justificou. Diário do Pará)

 

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