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Em crise, Polícia Civil de SP faz plano para evitar fechamento de delegacias

por Editoria Delegados

SP: Crise afeta até verba destinada para o abastecimento de carros

 

A Polícia Civil de São Paulo passa por uma crise que afeta até mesmo a verba destinada para o abastecimento de carros da corporação, o que reduziria a frota policial temporariamente. Além disso, unidades da polícia podem ser suspensas. Esse cenário aparece em um documento interno que tem circulado entre os policiais.

 

Trata-se de um pedido da diretoria aos departamentos para a formulação de um plano de contingenciamento que minimize o impacto da “absoluta indisponibilidade financeira” –como diz o texto, assinado pelo delegado geral de polícia adjunto, Waldir Antonio Covino Junior. No apelo pela contingência, Covino exemplifica pontos que o plano deve ter, indagando sobre a suspensão de delegacias e datas para a interrupção do abastecimento de veículos. Ele fixa sexta-feira (28) como a data para o recebimento do plano.

 

Os efeitos que a escassez de recursos podem ter na segurança pública ainda não foram mensurados com exatidão, mas representante da classe alerta para os riscos que a precarização do trabalho policial pode ter na sociedade. “Isso abrange combustível para o abastecimento de viaturas, recursos para limpeza, impressão, manutenção. Quando serviços básicos são suspensos, isso acarreta a consequência inevitável de que o policial não trabalhe”, afirma Raquel Kobashi Gallinati, presidente do sindicato dos delegados de polícia de São Paulo (Sindpesp).

 

“Como o policial vai para diligência sem viatura?”, questiona. “Isso é trágico. Já trabalhamos de forma limitada, agora, cortar o básico? O Estado mais rico da União alegar que está passando por crise de falta de mantimentos é uma incompetência absoluta na gestão de orçamento.”

 

Gallinati afirma ainda que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não pode priorizar a Polícia Militar. “O que o exime de cumprir com a polícia judiciária o mesmo que cumpre com a Polícia Militar? Ele não pode ter uma escolha política de priorizar alguma polícia. É a Polícia Civil que desmantela quadrilhas. Ele tem que cumprir com sua obrigação de gestor e proteger a sociedade.”

 

Outra entidade de classe, a Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de SP), divulgou uma moção de apoio a Covino. “Os casos de delegacias funcionando em condições precárias são diversos e, infelizmente, cada vez mais comuns.”

 

Segundo a associação, o apelo por um plano de contingência “tem como principal objetivo a preservação das integridades física e psicológica do policial civil submetido a condições insalubres de trabalho”.

 

OUTRO LADO

 

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de SP disse não haver falta de recursos para a Polícia Civil. A pasta classifica a mensagem de Covino aos departamentos como “precipitada”, e diz que o secretário Mágino Alves Barbosa Filho já havia solicitado suplementação orçamentária, tendo o crédito de R$ 4,1 milhões aprovado.

 

“Isso daí foi um precipitação da delegacia geral adjunta”, afirmou o secretário, em entrevista. “Havia já o crédito suplementar aprovado. O assunto está resolvido.”

 

Mágino disse garantir que nenhuma delegacia será fechada, ou serão afetados serviços, embora não tenha negado que a Polícia Civil viva crise financeira. “Há uma crise financeira no país. Mas, não vai acontecer absolutamente nada que prejudique o cidadão. Absolutamente nada.”

 

Folha de São Paulo

 

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