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Delegado pontua motivos que levam ao crime de trânsito, critica leis e orienta condutores

por Editoria Delegados

MT: Jefferson Dias Chaves, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito


 

Alta velocidade. Imprudência. Falta de formação. Falta de compreensão e principalmente irresponsabilidade. Esses são os requisitos principais encontrados nos locais onde são registrados crimes de trânsito, em Cuiabá. Para o delegado Jefferson Dias Chaves, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), são vários os motivos que levam a um acidente. Esses variam desde a não formação até a hora que se mistura direção e bebida alcoólica. Porém os casos diminuíram, mas ainda falta muito para se ter um trânsito com excelência.

Em 2014 foram registrados 121 mortes no trânsito e em 2015 a Polícia Civil computou 63. Nos três primeiros meses de 2016, mais de 20 já perderam a vida. Essa destacada de 2014 para 2015 o delegado atribui ao trabalho conjunto feito entre Deletran, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Detran e Ministério Público. ” Nós temos um grupo que se preocupa com o trânsito, com pessoas e e com os condutores aqui de nossa cidade. E isso, sem sombra de dúvidas através de nosso trabalho, trouxe esse resultado positivo e através desse grupo fizemos os levantamos e fazemos a demanda ao município e ao Estado. Como por exemplo: em determinado local está havendo muita ocorrência de acidente com morte no trânsito, ali tem que ser feito uma intervenção. Nós vamos colocar um radar, um semáforo, uma lombada eletrônica, ou um quebra-molas, ou vai ter que fazer um desvio?alguma coisa tem que ser feito. Esse grupo que falei acima, acaba intervindo e encaminhando aos órgãos públicos tomarem providências”, disse o delegado.

Jefferson Dias ainda destaca que a sinalização viária feita pela prefeitura e principalmente implentação de radar, tem ajudado a diminuir os crimes de trânsito que levam a morte. O que vale ressaltar, para o delegado, é que o brasileiro só freia alguma coisa quando começa a ser cobrado financeiramente por aquilo.

 

“Nós tivemos agora, recentemente, o advento de implantação de radares eletrônicos na nossa cidade. Essa implantação foi fundamental para ajudar no índice de redução de acidentes de trânsito, pois as pessoas acabam obedecendo. Tendo em vista, que o dói no bolso é o que o brasileiro sente. Quanto a mobilidade urbana, a cidade está muito melhor para se transitar. As vias estão iluminadas, as pistas sinalizadas. Enfim, o poder público tem feito sua parte e evidentemente o que foi possível fazer, nós fizemos melhor. Conseguimos reduzir quase 50% das mortes no trânsito de 2014 para 2015. Isso quem tem a ganhar somos nós. Vejamos, foram praticamente foram 60 famílias que não tiveram esse sofrimento da perda do ente querido. Se fosse uma já teria valido a pena, porém reduzimos na metade”, completou o delegado.

Na maioria dos casos de acidente, os envolvidos são jovens com idade entre 17 e 27 anos. Em casos isolados, algumas vítimas são crianças e os causadores não possuem carteira de habilitação, o que para o investigar é algo inadmissível. “Outra situação corriqueira é o condutor está dirigindo ou pilotando sem portar Carteira Nacional de Habilitação. Isso é uma situação caótica que estamos vendo. Estamos batendo pesadamente nisso. Vamos fazer mais fiscalizações e encaminhar essas pessoas para o poder judiciário. Olha o absurdo, o cara vai ser encaminhado para a delegacia, irá responder o processo, terá seu veículo apreendido e vai pagar uma multa caríssima. Por que não entra numa escola de formação de condutores, aprende as regras do trânsito e faz a CNH? Podemos reparar que aqui no pátio temos várias motos apreendidas que foram envolvidas em acidente e as vítimas estão paraplégicas, ou cheia de lesões corporais, mas o condutor que foi ferido não possuía carteira de habilitação. A orientação é para os condutores de motocicletas. Se você quer andar moto, vai pra auto-escola e tire sua carteira. Para evitar qualquer tipo de dano. Se quiser andar de caminhonete, carrão e lá vai, faz a mesma coisa. Isso é o mínimo do zelo que precisamos para ter o respeito de sua vida e de terceiros que estão no trânsito.”, disse.

Quanto aos jovens, o delegado ainda frisa que a irresponsabilidade aumenta quando o condutor bebe a noite inteira na balada e quando sai, acabam dirigindo e causando acidentes, na maioria das vezes, fatais. “As estatísticas apontam que existe crime na rota da balada. A imprudência nesses casos se dá no fim da noite, após a balada, que a pessoa sai para se divertir e acaba ou matando ou se matando. Pois o motorista ou o motociclista acaba bebendo e depois conduzindo seu veículo. Os jovens entre 18 e 25 anos são os que mais aparecem nas estatísticas e evidentemente nós também conseguimos já ter uma redução nisso, porém sempre é jovem que está envolvido”, frisou.

O caso mais recente ocorreu na Avenida General Melo, onde o condutor saiu da boate Wood’s e acabou atropelando três mulheres em um ponto de ônibus. Uma delas morreu. No bairro CPA, um rapaz de 21 anos também morreu ao sair da festa. Ele estava no banco do pasageiro e o condutor do veículo dormiu, causando uma colisão contra um poste e em seguida morreu.

Por último, o delegado comentou sobre as leis arcaicas de trânsito. Pra Jefferson Dias, um homicídio de trânsito não pode ser crime fiançavel. “O juiz, o delegado, o policial, o promotor, ninguém faz lei. Quem faz isso é o político. Nós apenas cumprimos a Lei. Essa celeuma está no Brasil todo. Veja só: Um condutor bateu embriagado e matou uma pessoa ele tem que está preso e não solto. Ele tem que ficar é muito tempo preso, pra saber a dor de uma família. Imagina se fosse um parente dele? Por isso a lei tem que ser revista e um crime dessa alçada não deveria ser afinaçável. Tem que ficar preso até o dia do julgamento, para saber se o júri irá condenar ou absolver. Tudo que pedimos para o Poder Judiciário é atendido, por isso ressalto que eles são nossos parceiros. A população às vezes se revolta e acha que é o policial quem está errado. Não! Errada é a nossa lei que coloca nas ruas quem mata no trânsito”, concluiu o delegado.

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