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Delegado-geral do CE reconhece existência de “casos reprimidos”

por Editoria Delegados

Antes dos BOs serem investigados, é verificada a procedência das informações

 

O Delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Andrade Júnior reconheceu que existem “casos reprimidos” entre as ocorrências que são registradas nas delegacias do Estado. Sem citar um percentual dos casos que são efetivamente investigados, ele destacou que, de certa forma, são priorizados os crimes considerados mais graves, como assassinatos.

 

“Antes dos BOs serem investigados, é verificada a procedência das informações. Existindo o crime, por obrigação, o delegado deve investigar. A gente reconhece que hoje temos essa demanda reprimida. Mas com o aumento do efetivo (de 2.826 homens, com possibilidade de convocação de outros 1.600) e planejamento, chegaremos a um ideal de casos investigados. Temos a consciência de que estamos tentando, dando uma atenção especial aos crimes mais graves”, justificou o delegado.

 

Andrade classificou como “absurdo” os casos em que os funcionários e servidores das delegacias desestimulam o registro do BOs e orientou que a situação fosse denunciada à Polícia, destacando que os boletins devem continuar sendo registrados.

 

Coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da UFC, o professor César Barreira aponta que a ausência de investigação se deve a fatores como estrutura de delegacias e contingente pequeno de policiais civis. “Sabemos que novas delegacias foram inauguradas, mas elas ainda funcionam de forma precária”. Para Barreira, a deficiência agrava a sensação de insegurança

 

e de impunidade. “Cada dia mais, a Polícia Civil deve ocupar um lugar de destaque na política de segurança pública. O ideal seria apurar todos os níveis de crimes, desde homicídios a delitos menores, como pequenos furtos. Quando as investigações são feitas, claro que vamos ter diminuição da impunidade”, afirma. (Thiago Paiva e Lusiana Freire)

 

Jornal de Hoje

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