Início » Delegado é afastado após ‘investigação paralela’ sobre roubo no Itaú

Delegado é afastado após ‘investigação paralela’ sobre roubo no Itaú

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

SÃO PAULO
Delegado é afastado após ‘investigação paralela’

Roubo no banco Itaú

SÃO PAULO

{loadposition adsensenoticia}O delegado da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi afastado do cargo de chefe do 69 DP (Teotônio Vilela), no início da noite desta quinta-feira, por conta de uma ‘investigação paralela’ aberta por ele para apurar o roubo milionário dos cofres particulares do banco Itaú, na avenida Paulista. O crime ocorreu na madrugada de 28 de agosto.

Os policiais que faziam parte da equipe de Fontes no 69 DP também serão afastados de suas funções e serão colocados na ‘geladeira’.

Um dos afastados é o investigador Carlos Alberto Martins, dono da empresa de segurança privada Partner Gerenciamento de Risco S/C Ltda, suspeita de ser usada para ajudar nas investigações dos crimes contra o Itaú. Fontes e Martins não foram localizados pela reportagem nesta quinta-feira.

A decisão de afastar Fontes da chefia do 69 DP foi tomada após a cúpula da Secretaria da Segurança Pública descobrir, na manhã de hoje, por meio da imprensa, que o delegado realizou ao menos outras oito investigações de possíveis crimes cometidos contra o Itaú, todos em áreas distantes da atendida pela delegacia em que o policial atuava, no extremo da zona leste da capital.

Fontes também já foi chefe da Delegacia de Roubo a Bancos, do Deic (Departamento de Investigações Contra o Crime Organizado). Lá, ele era considerado o ‘xerife’ no combate contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Mas também foi afastado da posição, no fim de 2009, por suspeitas de problemas em sua atuação.

Em 2010, Fontes disse à Folha que não foi tirado do Deic, mas que ele saiu por vontade própria e foi dirigir uma delegacia na zona leste, onde quase nenhum policial tem vontade de trabalhar.

Nos bastidores da polícia, a história que se contou foi outra. Fontes teria perdido prestígio depois que policiais de sua equipe começaram a ser investigados por suspeita de extorsão de dinheiro de criminosos, inclusive membros do PCC.

Fontes agora será alvo de uma investigação por parte da Corregedoria Geral da Polícia Civil, que quer saber porque ele abria tantas investigações de prováveis crimes contra o Itaú no 69 DP.

Uma outra investigação da Corregedoria irá apurar, segundo a Secretaria da Segurança Pública, “os desencontros ocorridos entre o 78º DP [Jardins] capital e o Deic, no recente episódio do roubo da agência do Banco Itaú, na avenida Paulista, que retardaram o início das investigações”.

O delegado Fontes não foi encontrado pela reportagem para se manifestar sobre seu afastamento.

Na tarde desta quinta, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, foi ao Deic para saber como estão as investigações sobre o roubo contra o Itaú.

ATENTADO

No Carnaval deste ano, dois suspeitos de integrar a facção criminosa PCC foram presos sob suspeita de armar uma emboscada para matar um delegado Fontes.

Os dois acusados presos por suspeita de tramar a morte do policial são o pedreiro Francisco Aurillo da Silva de Melo, 45, e o motoboy Reinaldo Lima Alves Gomes, 35. Eles foram presos pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, da PM).

Ao ser procurado pela reportagem em maio para falar sobre a tentativa de emboscada da qual era alvo, o delegado Fontes informou, por meio da assessoria de imprensa da Delegacia Geral da Polícia Civil, que não falaria sobre o caso.

Folha

DELEGADOS.com.br
Revista da Defesa Social & Portal Nacional dos Delegados

você pode gostar