Por LUIZ FLÁVIO GOMES*
Com base nos dados divulgados pelo Datasus (Ministério da Saúde), o Instituto Avante Brasil (iAB) calculou a evolução no número de crianças e adolescentes (entre zero e 19 anos) vítimas de homicídio no país nos últimos trinta anos e o resultado foi um crescimento de 376% nesses assassinatos entre 1980 e 2010.
Em 1980 tivemos 1.825 crianças e adolescentes vítimas de mortes violentas no Brasil, montante que, em 2010, passou para 8.686 crianças e adolescentes.
Ainda, de acordo com o Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil, a evolução do número de mortes (em 100 mil) de crianças e adolescentes foi de 346%, vez que em 1980 a taxa era de 3,1, saltando para 13,8 em 2010.
Na última década, houve um crescimento de 2,4% nessas mortes violentas, já que, em 2001, o número de crianças e adolescentes vítimas de homicídio no país totalizava 8.480.
Assim, os assassinatos de crianças e adolescentes representam 16% do total de 52.260 mortes violentas do país, um cenário absolutamente bárbaro e medieval, contra o qual nada ou pouco foi feito.
Portanto, apenas majorar a punição dos agressores, sem instituir políticas sociais educativas, sobretudo em periferias e comunidades carentes, não evita que crianças e adolescentes sejam barbaramente exterminados no Brasil (Veja: O extermínio diário da adolescência brasileira: 11 assassinatos por dia e Homens contra mulheres, mulheres contra crianças: violência infinita).
*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Acompanhe meu Blog. Siga-me no Twitter. Assine meu Facebook.
** Colaborou Mariana Cury Bunduky – Advogada e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.
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