Uma estimativa do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso aponta que no estado 60 delegacias não têm um delegado efetivo trabalhando na unidade. Segundo a instituição, por causa do quadro reduzido, alguns delegados são obrigados a responder por mais de uma unidade. Diante da situação, a entidade cobra a nomeação dos candidatos que passaram no concurso de 2009 para tentar amenizar o déficit principalmente no interior do estado. Na época, mais de 7 mil candidatos fizeram a prova e 120 foram aprovados, no entanto, até agora, ninguém foi convocado.
O presidente do Sindicato dos Delegados de Mato Grosso, Dirceu Vicente Lino, afirma que o serviço tem sido dobrado por parte dos delegados já efetivados. “Municípios sem a presença efetiva de delegados existem 60. Por essa situação toda, os que têm acabam sendo penalizados porque têm que se deslocar por grandes distâncias para poder cobrir e fazer presença nos municípios onde por lei deveria ter um delegado lotado”.
A delegacia de Acorizal, a 59 quilômetros de Cuiabá, conta com apenas um escrivão. Marcos Marcelo Alfonso Moraes trabalha no local há quatro anos sem um delegado efetivo. “Sempre foi assim aqui. Nunca tivemos um delegado efetivo”, ressaltou o escrivão. Segundo policiais militares que não foram autorizados a se identificar, caso alguém for preso na cidade, tem que ser encaminhado a Cuiabá.
“Sem um delegado aqui, temos que nos deslocar até Cuiabá, no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Verdão. Precisávamos de um delegado que resolvesse as coisas por aqui mesmo. Não estamos com uma cidade sem lei, mas gostaríamos da coisa mais concreta”, ressalta a moradora de Acorizal e comerciante Sílvia Nascimento dos Santos.
O servidor público Carlos Frederico de Campos, um dos aprovados no concurso público de 2009, aguarda a resolução do caso com ansiedade. “Nós lutamos tanto para chegar até aqui e estamos sabendo que o estado precisa do nosso serviço”, pontuou.
A Secretaria de Administração de Mato Grosso (Sad/MT), por meio do secretário Alexandre Bustamente, informou que aguarda a homologação do concurso por parte da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). “Findada a homologação, vamos trazer o pessoal para formar na academia. Se depender de força de vontade e decisão do governo, esse ano ainda eles estarão na academia”, ressaltou.
G1
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