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Prisões em casos de violência doméstica aumentam 375% no 1º trimestre em Porto Alegre

por Editoria Delegados

RS: De acordo com a polícia, crescimento está relacionado a ações implementadas como a delegacia online, plantão 24h na Delegacia de Atendimento à Mulher, entre outras.


As prisões em casos de violência doméstica aumentaram 375% no 1º trimestre de 2021 em Porto Alegre. Os dados são da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da Capital e foram divulgados na terça-feira (6).

De acordo com o levantamento, foram realizadas 38 prisões nos três primeiros meses do ano. No mesmo período do ano passado, oito pessoas foram presas.

Segundo a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, titular da 1ª Delegacia da Mulher, as prisões foram por casos de descumprimento de medidas protetivas, tentativas de feminicídio, feminicídio, violência sexual e estupros.

Sobre os motivos que levaram ao aumento no número de prisões, a delegada Jeiselaure destaca um conjunto de ações idealizados pela Polícia Civil.

“O plantão 24h na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), que foi inaugurado em janeiro. Temos os canais eletrônicos implementados. Hoje em dia é possível fazer registro de ocorrência através da delegacia online. Diariamente recebemos dezenas de denúncias dos canais de denúncia anônima. As mulheres descobriram que os meios eletrônicos são aliados dos órgãos de segurança”, diz.

A delegada Marina Dillenburg, coordenadora do Serviço de Plantão da Deam, ressalta que foram realizados 2.057 atendimentos presenciais, que vão desde a orientação às vítimas ao seu encaminhamento à rede de proteção e apoio de Porto Alegre. Neste período foram lavrados 215 Autos de prisão em flagrante.

Ainda, em comparação a 2020, em que foram realizadas seis operações policiais durante todo o ano, em 2021 também houve um incremento nas atividades de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo desencadeadas sete operações policiais até o momento.

Acolhimento às mulheres

Segundo a delegada Jeiselaure, além da repressão aos suspeitos de violência, o atendimento prestado às mulheres é parte fundamental do processo.

“Temos que ter um acolhimento todo diferenciado. Elas querem ter outras informações, além de denunciar criminalmente, como vão para um local seguro, onde vão deixar os filhos, se vão ter uma renda. E temos equipes multidisciplinares que fazem isso”, destaca.

De acordo com a delegada, dados comprovam que ainda há uma subnotificação de 90% dos casos de violência doméstica.

“Hoje em dia, os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) comprovam que o tempo médio pra mulher fazer a denúncia contra o seu agressor é 10 anos, e eu já atendi mulheres que levaram 20, 30, até 50 anos pra denunciar o seu agressor pela primeira vez”.

A orientação é procurar os órgãos de segurança ao menor sinal de abuso.

“É comprovado que quando uma vítima procura já no primeiro sinal de um relacionamento abusivo, quando o agressor ameaça, ofende, que ela solicita medida protetiva, que a gente consegue acolher pra romper esse ciclo é menos provável que ela venha a se tornar uma vítima de um feminicídio, por exemplo, ou de uma lesão corporal mais grave”, diz a delegada.

Saiba como denunciar

  • Delegacia online

  • Denúncia digital 181
  • Plantão 24h na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) – Rua Professor Freitas e Castro, nº 720, Palácio da Polícia
  • WhatsApp Polícia Civil: (51) 98444.0606
  • Emergências: 190 (Brigada Militar)
  • Disque-Denúncia: 181

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