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Prevenção: Golpes e Fraudes

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS


1.1. Golpe do cartão clonado

O golpe consiste em três modalidades:

a) o estelionatário adquire um cartão em branco e a tarja magnética, e de posse dos dados da vítima ( número da conta-corrente, ou do cartão de crédito, agência e senha) fabrica um outro cartão, utilizando-o posteriormente para efetuar compras, mediante a falsificação da assinatura da vítima no comprovante de débito. O titular do cartão somente toma conhecimento desses fatos quando recebe a fatura mensal com vários lançamentos de compras por ele não realizadas.

b) os dados do cartão bancário e de crédito do cliente são clonados no ato do pagamento de compras junto a estabelecimentos comerciais, por intermédio de maquinário especialmente destinado a esse fim, utilizado por estelionatário, que dissimula a sua condição de funcionário do estabelecimento;

c) a modalidade do golpe mais recente e que vem sendo aplicada nos caixas eletrônicos consiste na introdução, pelos estelionatários, de uma fita (normalmente de filme fotográfico) no espaço destinado a inserção do cartão, provocando a sua retenção na máquina. O estelionatário oferece ajuda, pedindo que o cliente digite a senha para que seu cartão seja devolvido, momento em que a memoriza. Como o cartão continua retido, a vítima vai buscar auxílio de um funcionário da agência bancária, oportunidade em que o cartão é retirado pelo estelionatário com o auxílio de um pedaço de ferro, clonando-o em máquina própria, colocando-o novamente no caixa eletrônico. O cliente com a ajuda do segurança do banco retira o cartão, desconhecendo que o mesmo foi clonado, somente tomando conhecimento quando confere seu extrato bancário e verifica que saques foram realizados por terceiros.

Como evitar

1 – Ao realizar uma compra com cartão de crédito procure não perder de vista o seu cartão, acompanhe o funcionário até a máquina de sua administradora onde será feita a operação e, após, rasgue e não apenas amasse e jogue no lixo o papel carbono existente no boleto impresso pela máquina.

2 – Ao fazer qualquer operação no caixa eletrônico, observe se há alguma pessoa em sua proximidade e peça para que se afaste. Não aceite ajuda de desconhecidos, somente de funcionários devidamente identificados com crachá.

3- Caso seu cartão magnético fique retido no caixa eletrônico, não digite sua senha para tentar retirá-lo, tecle ANULA para cancelar a operação e chame imediatamente um funcionário do Banco, por intermédio de um terceiro. Não permita que desconhecidos se aproximem do caixa e não digite sua senha na presença de estranhos . NUNCA ABANDONE O CAIXA ELETRÔNICO COM O SEU CARTÃO RETIDO NO TERMINAL.

1.2. Golpe via internet

O estelionatário passa um “E-mail” para o navegante da internet, informando que ele foi premiado com “algo” e basta que digite sua senha para receber o prêmio. O internauta digita sua senha e não recebe prêmio algum, mas o estelionatário sim, pois copia a senha da vítima e a utiliza para fazer compras, navegar na internet e obter informações pessoais e bancárias.

Como evitar

Nunca forneça sua senha de acesso a qualquer pessoa, nem mesmo via internet.

1.3. Golpe do celular clonado

Estelionatário, passando-se por funcionário da empresa concessionária de telefonia celular, liga para o aparelho celular da vítima dizendo que foi detectado um defeito naquele, solicitando imediatamente que esta digite um número por ele fornecido, e com esta simples ação, clona o número da linha e a utiliza de forma indiscriminada, realizando ligações interurbanas e internacionais.

A vítima somente toma ciência do golpe quando recebe a conta telefônica em sua residência e verifica que o valor do débito não corresponde a ligações por ela realizadas.

Como evitar

Ao receber um telefonema como sendo da sua ou de qualquer outra operadora de telefonia celular, não forneça dados pessoais ou digite quaisquer números, sem antes verificar se a solicitação é proveniente da referenciada operadora.

1.4. Golpe do cartão trocado

O estelionatário, dissimulando-se cliente do banco, fica na fila do caixa eletrônico e oferece ajuda à pessoa que apresenta dificuldades em operar a máquina. Ensina como operar o caixa eletrônico e memoriza a senha digitada pela vítima. Retira rapidamente o cartão, trocando-o por outro da mesma agência. A troca de cartões só é percebida tempos depois e, nesse intervalo, o estelionatário já efetuou vários saques na conta corrente da vítima.

Como evitar

Nunca peça ou aceite ajuda de desconhecidos que se encontram junto aos caixas eletrônicos. Caso tenha dificuldades em realizar a operação, chame um funcionário do banco.

Observe sempre, após encerrar a operação, se o cartão que tem em mãos de fato é o seu.

1.5. Golpe do cartão com a tela aberta

O estelionatário trava as teclas de operação do caixa eletrônico e quando a vítima se aproxima e introduz o cartão na máquina, digitando a senha e solicitando o serviço desejado (saque, extrato, transferência eletrônica, etc.), não consegue efetuar a operação.

O estelionatário, de pronto oferece ajuda, orientando a vítima a retirar o cartão e procurar outro caixa disponível, já havendo memorizado a senha.

A vítima se dirige a outro terminal, não encerrando a operação, deixando a tela do computador aberta, com seus dados bancários. O estelionatário destrava as teclas, e efetua quaisquer operações na conta corrente da vítima, saindo imediatamente do local, antes que a vítima constate o prejuízo que lhe foi causado.

Como evitar

Solicite imediata orientação de um funcionário da agência bancária, quando o caixa eletrônico apresentar qualquer defeito. Nunca aceite ajuda de pessoas estranhas, independentemente de ter conseguido realizar a operação no caixa. Após o término da operação sempre aperte a tecla CANCELAR, e somente deixe o local quando a tela do computador reiniciar a operação.

1.6. Golpe ‘Boa noite Cinderela’

Moça ou rapaz falante e de boa aparência se aproxima da vítima, que normalmente está em um bar ou restaurante, intensificando um bom “papo” e, ao final da noite, oferece um chiclete ao novo amigo ou amiga, no qual contém uma droga ainda não identificada.

Depois de alguns minutos da ingestão da substância, a vítima entra em sono profundo, assim permanecendo até por mais de um dia, tornando fácil a subtração de objetos, como carro, jóias, dinheiro e cartões de crédito.

Outras vezes, a droga utilizada na ação delituosa é posta dentro de uma bebida, que ao ser ingerida pela vítima causa coma e sonolência de imediato, tendo seus pertences subtraídos.

O criminoso que não consegue drogar a vítima usa de violência para que ela forneça a senha, possibilitando os saques em sua conta-corrente.

Como evitar

Não se deixar levar pelas aparências, pois moças e rapazes bonitos podem esconder um delinqüente. Não aceite ofertas de cigarros, balas, chicletes e muito menos de bebidas. Fique sempre atento às conversas e pessoas que estejam ao seu redor ou que lhe solicitem algo.

Evite receber pessoas estranhas em sua casa. Não se exponha inutilmente. Todavia, se recebê-las em sua casa, o faça de forma que sejam vistos pelo zelador, porteiro ou vigia, bem como anote o número da placa do carro utilizado pelo desconhecido, ou quaisquer dados que possam identificá-lo futuramente.

1.7. Golpe do consórcio sorteado

Os estelionatários anunciam nos jornais de grande circulação vendas de ágios de consórcios sorteados, com a informação de que foram contemplados diretamente pela fábrica de automóveis.

É solicitado ao interessado o envio, via FAX, de cópia de documentos pessoais para a realização de contrato e o pagamento de uma taxa de baixo valor para a transferência de titularidade do referido consórcio.

As vítimas recebem cópia do suposto pedido do veículo junto à fábrica e da nota fiscal, e efetuam o pagamento, mediante o depósito de certa quantia como pagamento do veículo, em conta corrente do estelionatário, normalmente em agências de São Paulo.

Em geral as contas correntes são abertas com documentos falsos ou em nome de “laranjas” – pessoas ingênuas que emprestam suas contas bancárias para recebimento das “taxas” .

Os contatos telefônicos são feitos por meio de aparelhos celulares pré-pagos (celular de cartão) ou celulares convencionais adquiridos de forma ilícita (com documentos falsos).

Como evitar

JAMAIS ADQUIRA VEÍCULOS EM OUTROS ESTADOS, MEDIANTE ANÚNCIOS EM JORNAIS, SEM VISTORIAR O VEÍCULO.

Não pague qualquer taxa antes de receber o veículo desejado e de preferência, adquira consórcio de empresas estabelecidas no Distrito Federal, após consultar o PROCON, a DECON e demais órgãos de proteção ao consumidor, bem como o Banco Central, a quem cabe autorizar e fiscalizar os consórcios nacionais.

1.8. Abertura de conta corrente com documento falso

Estelionatários bem vestidos e de boa aparência procuram agências bancárias propondo abertura de uma conta corrente, apresentando carteira de identidade, CPF, contracheque e comprovante de residência falsos, e após análise e aprovação pelo Banco, solicitam cheque especial ou empréstimo que é concedido. Após desaparecem, não sendo localizados nos endereços e referências fornecidos, vez que são falsos.

Como evitar

A gerência do Banco procurado deverá checar todas as informações apresentadas pelo pretenso cliente, verificando junto ao órgão ou empresa onde a pessoa diz trabalhar se realmente ela pertence aos quadros funcionais da empresa ou repartição, bem como averiguar na Receita Federal, o número do CPF apresentado e, em caso de dúvida, entrar em contato com esta Delegacia Policial.

1.9. Golpe do empréstimo

Estelionatários, por meio de anúncios em jornais, oferecem empréstimos sem burocracia e sem avalistas, passando-se por funcionários de agências bancárias ou financeiras com sede em outros Estados, induzindo as vítimas a encaminhar, via FAX, cópias de documentos pessoais para abertura de cadastro.

Após, simulando a aprovação do cadastro, entram em contato com a vítima solicitando o depósito em conta corrente do estelionatário, geralmente em bancos de outros Estados, dez por cento do valor pretendido, a título de juros e taxas de cadastro. Efetuado o depósito, a vítima não mais consegue contato com a empresa, aguardando a liberação do empréstimo, que jamais receberá.

Como evitar

Jamais negociar empréstimos de qualquer natureza com entidades fora do Distrito Federal, fornecendo seus dados pessoais e bancários a estranhos.

Caso pretenda tomar empréstimos desta natureza, entre em contato com a agência bancária ou financeira, por intermédio de telefones fornecidos pela empresa de telefonia onde se localizam tais instituições, verificando, ainda, junto ao Banco Central (a quem cabe autorizar e fiscalizar empresas deste porte) a situação da entidade prestadora do serviço.

1.10. Consórcio da casa própria

Empresas fictícias anunciam nos classificados de jornais da cidade consórcios de casas próprias ou financiamentos para reformas de imóveis, induzindo a vítima a ingressar em grupos do consórcio, mediante o pagamento antecipado de taxas de administração, de contrato, e outras equivalentes aos valores desejados do financiamento, bem como o pagamento mensal de cotas pelo período mínimo de doze meses.

Decorrido o prazo para o recebimento do imóvel ou o financiamento para reformas, a “empresa” simplesmente fecha as portas e seus proprietários desaparecem com todo o dinheiro arrecadado.

Como evitar

Antes de preencher qualquer proposta visando a integrar um grupo de consórcio manter contato com o PROCON, DECON e Banco Central, visando buscar informações quanto à idoneidade e legalidade da empresa prestadora do serviço, juntando documentos que possam futuramente comprovar toda a transação realizada.

1.11. Golpe da Capemi, Montepio e entidades assemelhadas

A vítima recebe um telefonema do estelionatário, que se atribui à qualidade de funcionário de associações ou empresas de previdência privada, informando que existe um saldo em sua conta corrente e oferecendo o saque imediato, mediante o depósito correspondente ao pagamento de dez por cento do valor que a vítima tem a receber, em conta corrente indicada pelo estelionatário.

Após estar de posse de todos os dados da vítima como nome, CPF, endereço, número da conta, etc. o estelionatário deposita na conta corrente da vítima um cheque furtado/roubado, que fica bloqueado por mais de vinte e quatro horas.

A vítima verifica por intermédio de seu saldo que o depósito do valor informado pelo estelionatário foi realizado. Efetua, então, o depósito na conta do estelionatário e após alguns dias verifica que o cheque depositado em sua conta foi devolvido por ser produto de furto ou roubo.

Como evitar

Jamais informe seus dados pessoais ou de sua conta corrente a estranhos, ainda que visando receber valores que porventura tenha direito.

Verifique sempre se aquela pessoa que se identifica como funcionário realmente pertence à empresa ou instituição referida, inclusive com o auxílio da lista telefônica, entrando em contato direto com a empresa ou instituição.

1.12. Golpe do bilhete premiado

Estelionatário, passando-se por um matuto (pessoa de pouco conhecimento), dizendo-se de outro Estado, procura informações sobre o endereço de uma casa lotérica ou banco da Caixa Econômica Federal para receber um prêmio, por ter ganhado na loteria.

Aborda uma pessoa, em especial mulher idosa, e mostra o bilhete premiado (falso), juntamente com uma listagem da Caixa Econômica Federal, onde consta o número do bilhete sorteado, sendo a lista também falsa.

A vítima, depois de envolvida na encenação feita pelo falso matuto (estelionatário), o acompanha até a casa lotérica para receber o prêmio, momento em que lhe oferece o bilhete por um preço irrisório e, logo após, a vítima, de pronto, aceita e saca de sua própria conta bancária o valor combinado e entrega-o em troca do bilhete sorteado.

O estelionatário, após ter efetuado a transação com pleno êxito, deixa imediatamente o local em que se encontra, saindo a vítima à procura da agência da CEF ou casa lotérica mais próxima, onde constata que o bilhete é falso e que foi enganada.

Como evitar

Evite conversar com estranhos na via pública.

Por mais ignorante que seja, ninguém vende um bilhete premiado de loteria a outrem, levando desvantagem. Antes de “fechar o negócio”, leve o bilhete e a listagem até uma agência da CEF para conferência.

1.13. Golpe da venda de toca-fitas

Estelionatário oferece à vítima um belo e barato toca-fitas e, após combinarem o preço e fecharem o negócio, ele diz que vai até o carro para buscar o aparelho ainda lacrado na caixa. Retorna minutos depois e entrega à vítima uma caixa fechada, recebe o dinheiro e sai rapidamente do local. Ocorre que ao abrir a caixa que presumidamente deveria conter o toca-fitas, a vítima encontra um tijolo ou objeto com peso idêntico ao do aparelho de som que imaginava ter adquirido.

Como evitar

Antes de fechar o negócio e pagar a mercadoria, abra a caixa e examine o seu conteúdo, ou seja, o que está adquirindo.

1.14. Golpe do falso gerente de banco

Estelionatário ou ladrão, passando-se por funcionário do banco, após organizar a fila, recolhe dos clientes as guias de depósito com dinheiro, pedindo que aguardem o recibo por alguns instantes e sai rapidamente do local.

Como evitar

Mesmo abordado por pessoa que se diga gerente da agência bancária, não entregue dinheiro em mãos de estranho dentro do banco e, na dúvida, procure um funcionário.

PCDF

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