Dois policiais militares do Distrito Federal (PMDF) tornaram-se alvo de investigação após encaminharem, inadvertidamente, um vídeo à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), nesta quinta-feira (12/6), contendo ofensas direcionadas a um delegado da Polícia Civil. A gravação foi feita no centro de monitoramento da PM, situado na Rodoviária do Plano Piloto, e tinha como objetivo registrar atividades de tráfico de entorpecentes em áreas verdes próximas ao terminal.
No entanto, além das imagens, o arquivo continha áudio em que os militares proferiram insultos ao delegado, referindo-se a ele como “filho da puta” e “arrombado”, e ainda afirmando que “enviariam uma foto do saco” ao plantonista da delegacia. A gravação foi remetida como parte do procedimento de documentação dos flagrantes registrados pelas câmeras da corporação.
A coluna Na Mira apurou que é comum a PMDF registrar em vídeo as ações de indivíduos suspeitos de tráfico no centro de Brasília. Essas gravações são usualmente enviadas à Polícia Civil quando os detidos são apresentados. Em uma das ocorrências, entretanto, houve discordância entre um dos delegados plantonistas da 5ª DP e os policiais, devido à tentativa de autuar um suspeito por tráfico sem que houvesse apreensão das substâncias ilícitas.
Incomodados com o posicionamento do delegado, os PMs acabaram expressando irritação em uma nova filmagem, que também envolvia uma denúncia de tráfico. Durante a gravação, um dos policiais declara: “Ele é um filho da puta, um arrombado. Vou é mandar uma foto do meu saco pra ele”. O conteúdo, com áudio preservado, foi submetido à análise da Polícia Civil.
Procedimentos e silêncio dos envolvidos
Os dois militares identificados no vídeo foram intimados à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o episódio. Durante o interrogatório, a delegada responsável exibiu o vídeo com o áudio para que os envolvidos pudessem comentar as declarações. Ambos, no entanto, optaram por exercer o direito ao silêncio.
Diante da gravidade do conteúdo, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encaminhou o caso à Corregedoria-Geral da PMDF para adoção das providências disciplinares cabíveis.
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