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Policiais do Bope ameaçam e agridem delegada

por MARCELO FERNANDES DOS SANTOS

AMAPÁ
Policiais do Bope ameaçam e agridem delegada em viatura

AMAPÁ

{loadposition adsensenoticia}Após passar algumas horas da morte do policial Paulo César Medeiros, para que uma grande mobilização policial desencadeasse a procura dos verdadeiros criminosos. Entretanto, essa mobilização gerou um conflito entre os policiais civis, delegados e militares.

Na tarde da última terça-feira (20), no município de Mazagão, a delegada Luiza Maia, foi duramente criticada e desrespeitada por militares que realizavam uma investigação em uma residência próxima a delegacia daquele município.

Segundo informações, os militares que estavam descaracterizados  e com um carro de placas frias, aterrorizaram uma família a procura dos acusados da morte de Paulo.

A delegada na sua competência solicitou a identificação dos homens, porém, ninguém se pronunciou e fugiram. Logo, a magistrada autorizou que uma viatura da Policia Civil encaminhasse os “suspeitos” até o Ciosp do Pacoval.

De acordo com o delegado Emerson Almeida, no trajeto até Macapá, cerca de 20 policiais militares cercaram a viatura da Policia Civil na tentativa de retirar as pessoas que estavam sendo conduzidas.
Ainda com informações do delegado, na tentativa de impedir a ação, a delegada Luzia Maia teria sido ameaçada.

“Eles nem sequer respeitaram a autoridade, ao apresentar a sua identificação, eles jogaram no chão e pisotearam sua bolsa, além de ser empurrada. Eles colocaram as pessoas dentro do camburão do BOPE e levaram para o Ciosp do Pacoval”, disse.

O delegado levanta suspeita ao afirmar que os militares só levaram as pessoas ao Ciosp, pelo fato de várias testemunhas ter presenciado a cena.

“Na realidade imaginavam que iriam acontecer como ocorreu com outras pessoas. Tentamos preservar a vida dessas pessoas que sofreram com a violência, esperamos que casos como esses não volte a repetir”, completa.

Na manhã de ontem, em uma entrevista coletiva, a Policia Civil anunciou que vai baixar uma portaria para apurar todas as infrações cometidas pelos policiais, onde devem encaminhar as denuncias ao Ministério Público do Estado para as devidas providências.

O delegado Emerson Almeida é o presidente do inquérito policial.

Violência policial

As pessoas conduzidas pelos militares até o Ciosp foram liberadas por falta de provas, e a participação no crime foi descartada.Todos pertencem a uma mesma família.
No momento da entrevista, os quatro jovens prefiram não falar sobre o assunto, porém confirmaram que sofreram violência por parte dos militares, no qual pretendem entrar com uma ação contra o Estado e os policiais.

“Foi uma covardia que fizeram com a gente, tudo isso na frente de um monte de gente, sempre com a arma apontada na nossa cara. Até meu pai foi atingido pelo despreparo dos policiais, nós preferimos não falar mais nesse assunto”, resumiu uma vitima.     

BOPE

O comando do Batalhão de Operações Policiais (BOPE) informou que todas as denuncias contra os militares serão apuradas pela Corregedoria Militar. Segundo o coronel Rezende, chefe de gabinete do comando geral da PM,  não compete a Policia Civil apurar ou condenar a ação dos militares.
“Estão falando muita coisa, na verdade deveriam está investigando a morte do policial, essa questão não está em jogo neste momento, ainda vamos apurar o que realmente aconteceu”, disse.

Suspeitos

Na tarde de ontem, o delegado Celson Pacheco, coordenador do GTA e chefe de investigação do assassinato de Paulo, prenderam junto com sua equipe, dois  acusados pelo homicídio.   Até o fechamento desta edição, os nomes dos envolvidos não foram revelados pelo fato dos mesmos estarem sob interrogatório.

Na noite da última terça-feira (20), os policiais prenderam Thelison Barbosa, que seria um dos envolvidos no homicídio. As investigações continuam, e hoje pela manhã (22), o delegado Celson Pacheco deve se pronunciar sobre o caso e apresentar a imprensa os mentores do crime.
O corpo de Paulo César Medeiros foi enterrado na tarde de ontem, no cemitério São José.

Por Franck Figueira – Jornal do Dia

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