O sargento da Polícia Militar Mozar Soares da Cunha, de 36 anos – morto, na tarde desta sexta-feira, ao reagir a um suposto assalto na Rua Bertin, próximo à saída para a Avenida Brasil, em Coelho Neto, na Zona Norte – levava uma vida de luxo. Nas redes sociais, o PM ostentava fotos de passeios de lancha, carros importados e joias. Quando foi morto, ele estava com R$ 100 mil em dinheiro dentro de um Camaro amarelo, acompanhado de uma mulher. A quantia foi levada pelos criminosos, assim como a arma, o cordão, a pulseira, o anel e a aliança de ouro do militar.
O sargento com amigo, durante um passeio de lancha O sargento com amigo, durante um passeio de lancha
No veículo, comprado há 15 dias, havia um adesivo da loja “O crack da cesta”, empresa que comercializa cestas básicas de propriedade de Mozar, em Cosmos, na Zona Oeste. O estabelecimento amanheceu fechado e alguns dos 20 funcionários estavam de uniforme no local.
De acordo com a mulher do PM, Nilva Carla, gerente da loja, o marido tinha acabado de sacar o dinheiro, em um banco na Pavuna e ia realizar um pagamento com uma vendedora, na Ceasa, em Irajá. Esse era o terceiro Camaro que o sargento teve.
– Meu marido foi morador de rua antes de ser adotado para uma família. Ele entrou para a polícia e virou empresário. Era uma pessoa honesta, batalhadora. Tudo que conseguiu foi suor do nosso esforço. Ele já foi até investigado várias vezes, mas não provaram nada contra ele. Infelizmente, essa morte vai ser só mais uma para a estatística. Todo dia morre um PM – emocionou-se Nilva, que estava há dez anos casada, no IML.
A loja de cestas básicas do casal, que está fechada neste sábado A loja de cestas básicas do casal, que está fechada neste sábado Foto: Agência O Globo
De acordo com o genro do PM, Marcos Paulo, o sargento seguia um caminhão com funcionários da loja. O veículo seria abastecido na Ceasa. Simone Cunha, irma da vítima, contou que os bandidos atiraram quando descobriram que ele era militar:
– Ele era uma pessoa boa, que ajudava todo mundo. Não era um patrão, era um pai.
Segundo informações do 9º BPM (Rocha Miranda), o sargento estava de folga quando foi rendido por quatro homens armados de pistola e de fuzil. Ele teria dito aos bandidos: “Não me esculacha, não”, ao sair do carro, antes de levar os dois tiros, no pulmão e no coração.
Após o ataque, policiais militares ainda tentaram socorrer Mozart para o Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas ele chegou morto à unidade.
Mozar, que estava na PM desde 2001 e há dez anos também era empresário Mozar, que estava na PM desde 2001 e há dez anos também era empresário
O filho do casal, de 6 anos, ainda não sabe da morte do sargento. O corpo do militar será enterrado, às 14h30m deste sábado, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
Segundo a Divisão de Homicídios, a vendedora foi levada para Divisão de Homicídios (DH), onde prestou depoimento.
De acordo com a DH, quatro homens teriam participado do suposto assalto De acordo com a DH, quatro homens teriam participado do suposto assalto
Os agentes procuram ainda testemunhas que possam ajudar na identificação dos autores do homicídio. Mozart Soares era lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia) e estava na corporação desde 2001, tendo sido lotado pelo Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) e pelo 3º BPM (Méier).
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