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Paixão tem explicação: marido e mulher delegados falam sobre casamento e família

por Editoria Delegados
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O delegado Fábio Alves de Castro Vilela, 31 anos, levou apenas cinco horas para saber que a também delegada Aline Soares Ribeiro Vilela, 33 anos, seria a mulher de sua vida. Os dois se encontraram numa festa à noite, conversaram bastante na casa de uma amiga e, logo no primeiro beijo, durante a madrugada, ele pediu a colega em casamento.

 

“Foi uma coisa de novela. Ele me beijou e a primeira palavra que disse foi me pedir em casamento. Achei que ele era doido e desconversei na hora. Eu não sabia praticamente nada da vida dele e não tinha pretensões de me casar naquele momento”, conta Aline, sob o olhar vigilante e apaixonado do marido Fábio, na sede do Sindepol.

 

Fábio, porém, diz que o pedido não foi loucura. “Sabia que ela era a mulher que eu queria casar. Naquela hora eu sabia. É algo inexplicável. Não pensava em casamento, tinha 28 anos na época. Não tinha imagem de casamento na minha cabeça. Eram apenas três anos de polícia e eu estava curtindo a minha profissão.”

 

Mas o delegado lembra que tudo se encaixava quando estava ao lado de Aline. Ele se apaixonou não só pela beleza física, mas também pelo jeito da amada. “Ela me conquistou na conversa e no comportamento. Nunca tinha apaixonado na minha vida, pois sempre fui muito desprendido. Mas ali, após aquela conversa, tive uma paixão violenta.”

 

Aline, por sua vez, lembra que, de início não se apaixonou de maneira tão arrebatadora, mas logo descobriu em Fábio sua cara-metade. “Quando aceitei o pedido de casamento, algum tempo depois, tinha plena certeza de que tudo daria certo. Casaria dez vezes com ele. Em todas as nossas bodas vamos comemorar como se fosse um casamento”, diz, com um olhar mais do que apaixonado para o companheiro.

 

O destino conspirou para que o casal desse certo. Mas o destino, neste caso, tem nome. Aliás, nomes: Giovana Sás e Caroline Paim, ambas delegadas e amigas do casal. Elas fizeram propaganda das qualidades dele para ela e vice-versa. “As boas referências que elas me deram sobre a Aline me cativaram. E tudo que disseram era verdade.”

 

E olha que o casal teve todas as chances do mundo para se encontrar sem um empurrãozinho das duas cupidas. Eles entraram na Polícia Civil no mesmo ano, em 2004. Fizeram até um cursinho preparatório juntos. “Durante o curso de formação não nos encontrávamos, pois ficávamos em salas separadas, mas eu sabia que ela era da minha turma, só não sabia o nome dela.”

 

Logo após o primeiro encontro, em uma festa na cidade de Goiás, em setembro de 2006, os dois demoraram mais uma semana para se ver. Partiu de Fábio a iniciativa de um convite para saírem juntos em Goiânia, no final de semana. “Nem imaginava que depois daquele beijo e o pedido de casamento ele fosse me ligar”, revela Aline.

 

A partir daí o namoro engrenou. E foi durante este tempo que eles descobriram coincidências que aumentaram a aproximação. Aline é de Anápolis, a mesma cidade em que Fábio passou parte da infância – ele nasceu em Goiânia.

 

A rua em que Aline morava, em Anápolis, terminava praticamente na porta da casa de um tio de Fábio – local onde ele brincou bastante. Com o universo conspirando em favor, o casamento teria de sair, e rápido. Em janeiro de 2007 ele foi conhecer a família dela; em março, o noivado; em junho, o casamento – mês em que se celebra o Dia de Santo Antônio (13), o santo casamenteiro.

 

“Foi tão rápido quanto o pedido de casamento”, brinca Fábio. “Tudo está dando certo com a gente. Passamos dificuldades no começo do casamento, mas tudo caminha bem agora”, emenda. Até profissionalmente a união ajudou. O casal está lotado em Anápolis – ela na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam); e ele no Grupo de Investigação de Homicídios (GIH).

 

Gêmeas

 

Fábio e Aline são pais de gêmeas – Ana Laura e Ana Luísa, de um ano e um mês. Na família de ambos é comum a gravidez gemelar. Porém, os oito meses de gestação foram sofridos – quatro meses de repouso absoluto, sob risco de perder as meninas.

 

Este histórico fez com que Fábio alternasse medo e alegria ao ficar sabendo que seria pai. “Num primeiro momento a gente fica muito alegre. Mas depois que eu fui me informar, vi que a gravidez é muito arriscada, principalmente pelo histórico da família dela. Fiquei com medo. Meu pai (Rosalbo), que é médico anestesiologista, também teve medo.”

 

Mas tudo correu bem e Ana Laura e Ana Luísa nasceram após oito meses, prematuras, é verdade, mas com muita saúde. “Elas eram tão pequeninas que eu amamentava as duas ao mesmo tempo. As roupas de recém-nascido não davam, ficavam maiores. Tinha de improvisar fita crepe para ajustar”, conta Aline.

 

Hoje as duas estão do tamanho normal e, segundo a mãe, não dão trabalho algum. “Trabalho foi logo após terem nascido, quando dormia apenas de 20 em 20 minutos. Eu amamentava no peito umas 26 vezes ao dia. Sem dormir e comer direito, perdi 90% do peso (28 quilos) que ganhei na gravidez em apenas 20 dias.”

 

Como gato escaldado tem medo de água fria, Fábio diz que não quer ter mais filhos. “As duas estão de bom tamanho.” Já Aline sonha com mais. “Eu nasci para ser mãe.”

 

Carreiras

 

Fábio e Aline se tornaram delegados da Polícia Civil de Goiás de maneiras bem distintas. Ele sempre teve vocação para a área policial, principalmente para trabalhar com homicídios – influência do pai, que já foi médico legista; ela sempre sonhou em ser mãe, tem vocação para tanto, mas entrou na PC para ter uma carreira.

 

Fábio ingressou na Faculdade de Direito pensando na carreira policial. Diz que se interessava pelas histórias contadas pelo pai, que era legista e ex-diretor do Instituto Médico Legal. No segundo ano de faculdade, descobriu que queria ser delegado de polícia. “É a profissão que mais adéqua ao meu perfil.”

 

Ainda durante o curso começou a fazer cursinhos preparatórios para ingressar tanto na Polícia Civil, quanto na Federal. “Coincidiu que, quando me formei, o primeiro concurso que apareceu foi de delegado da PC. Prestei e passei. Não tinha nem pego o diploma na faculdade.”

 

Fábio lutou bastante para alcançar a titularidade do GIH, onde se sente plenamente realizado por fazer o que gosta. Ele respondeu por várias delegacias até chegar a Anápolis. “Trabalhei em tudo que é canto em Goiás.” Por fim, lembra com carinho do pedido do ex-diretor da Polícia Civil, Aredes Correia Pires e do delegado regional de Anápolis, Jerônimo Rodrigues, para montar o GIH em Anápolis.

 

“O doutor Aredes requisitou um plano de ação para iniciar o GIH em Anápolis e Rio Verde. E nós o fizemos. Hoje estamos lutando para ter uma sede própria, mais estrutura, delegados e agentes para que possamos ter melhores condições de trabalho.”

 

Já Aline passou no concurso da PC sem nunca ter entrado numa delegacia. Aliás, segundo ela mesmo conta, tinha até medo de passar na porta. “Engraçado que, de repente, me vi do lado dentro e comandando uma delegacia. Nos primeiros seis meses ficava encabulada até de ver cadáver. Tive muitos problemas no início.”

 

Antes de chegar à Deam, ela passou por Goiánápolis, onde respondia ainda por Abadiânia, e Anápolis (7º DP e plantão). “Sei o que é ser delegada de polícia em virtude de passar a noite acordada. O plantão é pesado, ainda mais em Anápolis, onde é só um delegado para a regional inteira. Sem falar que os problemas são diversos e não tem ninguém para pegar opinião. O delegado plantonista é uma espécie de clínico-geral. Tem de saber de tudo, droga, violência contra mulher, roubo, seqüestro. É você, sua consciência e um livro para decidir.”

 

Mas na Deam a atuação é bem diferente. A função de delegado é dividida entre o Direito e a Assistência Social. “Acredito, inclusive, que minha função social é maior do que a jurídica. Muitas mulheres que chegam à delegacia querem apenas desabafar. Sem falar que o trabalho é muito gratificante, principalmente quando se resolve um problema familiar com apenas um conselho.”

 

Já em casa, no tempo em que consegue passar com as filhas, a rotina é apenas ser mãe, e mais nada. “Acordo às 6 horas todos os dias para dar mamadeira às meninas. Eu as arrumo e saio. Faço questão de voltar na hora do almoço para ficar com elas. Minha diversão é só ficar em casa.”

 

Perfis


Nome: Fábio Alves de Castro Vilela

Data de Nascimento: 12.06.1979

Local de Nascimento: Goiânia

Estado Civil: Casado (Aline, filhas Ana Laura e Ana Luísa)

Formação: Direito, com quatro pós-graduações (Criminal, Administrativo, Constitucional e Planejamento Estratégico)

Ano em que ingressou na Polícia Civil: 2004

Delegacia em que atua: GIH de Anápolis

Hobby: Jogar futebol

Time que torce: Goiás

Comida Preferida: Salmão ao molho branco com camarões

Sonho de consumo: Montar uma família bem estruturada


Nome: Aline Soares Ribeiro Vilela

Data de Nascimento: 21.03.1977

Local de Nascimento: Anápolis

Estado Civil: Casada (Fábio, filhas Ana Laura e Ana Luísa)

Formação: Direito, com pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil

Ano em que ingressou na Polícia Civil: 2004

Delegacia em que atua: Deam de Anápolis

Hobby: Ficar com as filhas

Filme: O Conde de Monte Cristo

Livro: Quem Ama, Educa, de Içami Tiba

Comida Preferida: Massas

Ídolo: Deus

Quantos sapatos têm no armário: 30 pares

Maquiagem indispensável: Batom

Sonho de consumo: Saúde e paz para a família

 

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